Interior do Titanium é o mesmo, com boas conveniências, mas superado quanto ao sistema de áudio: tela pequena e sem integração a celular
Ao volante
O lançamento do Ecoboost deu-se em Campinas e Mogi Guaçu, no interior de São Paulo. No primeiro trecho da avaliação rodamos em rodovia. Por dentro o Fiesta continua igual, com bom aspecto nos bancos de couro e no acabamento preto brilhante no painel, em contraste à pequena e antiquada tela do sistema de áudio — já era tempo de oferecer algo maior, com navegador e espelhamento de telefone celular, como tem sido frequente nos concorrentes.
Iguais também estão o painel, os bancos firmes (para ajustar o encosto o motorista precisa espremer a mão esquerda junto à coluna) e a boa gama de ajustes para a posição de dirigir, incluindo o volante em altura e distância. Espaço, como de hábito, é um ponto negativo do modelo, seja para os passageiros do banco traseiro, seja para o do banco dianteiro, que tem de se entender com os joelhos porque o console “rouba” um bom espaço.
Turbo fornece 1,5 bar de sobrepressão; aceleração de 0 a 100 km/h baixou de 12,1 (versão 1,6) para 9,6 segundos, mesmo com peso adicional
No uso rodoviário percebe-se que o novo motor é bem silencioso — segundo a Ford, 5% mais que a versão aspirada — e tem baixo nível de vibração. Foi usado o mesmo princípio do três-cilindros do Ka, com volante e polia desbalanceados de forma intencional, mas o resultado nos pareceu mais convincente no caso do Fiesta (pode ser questão de melhor trabalho nos coxins).
Com boas respostas desde 1.500 rpm, as acelerações e retomadas são tão consistentes que fica impossível imaginar um motor de 1,0 litro
Algumas simulações de retomada de velocidade, com a transmissão em “D” e no programa esportivo “S”, revelaram respostas rápidas. A retomada é até vigorosa e não se sente o indesejável retardo do turbo (turbo lag), mas é com a alavanca em “S” que o carro fica mais divertido, trocando-se as marchas no botão seletor na própria alavanca. Um sistema por borboletas no volante, porém, seria mais agradável e coerente com o preço.
Já no autódromo Velo Cittá, em Mogi Guaçu, pudemos efetivamente levar o motor ao extremo de solicitação. Com boas respostas desde 1.500 rpm, as acelerações e retomadas são tão consistentes que fica impossível imaginar que está dirigindo um carro de 1,0 litro. O Fiesta ganha velocidade com valentia e responde rápido ao acelerador.
Novo motor convence em respostas e níveis de ruídos e vibrações: seria ótimo tê-lo disponível em mais versões e modelos
Surpreendeu também pela estabilidade e pelos freios, com um conjunto que atende ao uso mais esportivo. Usamos ainda um pequeno trecho de estrada de acesso muito mal pavimentada, no qual o ponto alto foi o silêncio a bordo, com trabalho das suspensões que absorve bem as irregularidades do piso, mesmo com os pneus de perfil baixo.
Quatorze anos atrás, ao lançar uma das gerações do Fiesta nacional, a Ford arriscou na adoção de compressor ao motor de 1,0 litro. A versão Supercharger foi um fracasso: não tinha boa resposta em baixa rotação nem era moderada no consumo. Com o novo turbo a marca enfim se redime daquele equívoco ao oferecer um motor eficiente, que realmente associa a economia típica dos 1,0-litro (em uso moderado, claro) a desempenho superior ao do 1,6-litro.
É uma pena que, na fase inicial, o Ecoboost esteja limitado à versão de topo do Fiesta: seria ideal tê-lo como alternativa ao 1,6 em mais versões, dentro da estratégia adotada por VW e Hyundai em seus turbos de 1,0 litro, e aplicado a outros modelos da marca como Ka e Focus, pois na Europa até o Mondeo (nosso Fusion) pode recebê-lo. Esperamos que seja apenas questão de (pouco) tempo.
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Ficha técnica
| Motor | |
| Posição | transversal |
| Cilindros | 3 em linha |
| Comando de válvulas | duplo no cabeçote |
| Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo |
| Diâmetro e curso | 71,9 x 82 mm |
| Cilindrada | 999 cm³ |
| Taxa de compressão | 10:1 |
| Alimentação | injeção direta, turbocompressor, resfriador de ar |
| Potência máxima | 125 cv a 6.000 rpm |
| Torque máximo | 17,3 m.kgf de 1.400 a 4.500 rpm |
| Transmissão | |
| Tipo de caixa e marchas | automatizada de dupla embreagem, 6 |
| Tração | dianteira |
| Freios | |
| Dianteiros | a disco ventilado |
| Traseiros | a tambor |
| Antitravamento (ABS) | sim |
| Direção | |
| Sistema | pinhão e cremalheira |
| Assistência | elétrica |
| Suspensão | |
| Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
| Traseira | eixo de torção, mola helicoidal |
| Rodas | |
| Dimensões | 6,5 x 16 pol |
| Pneus | 195/50 R 16 |
| Dimensões | |
| Comprimento | 3,969 m |
| Largura | 1,722 m |
| Altura | 1,464 m |
| Entre-eixos | 2,489 m |
| Capacidades e peso | |
| Tanque de combustível | 52 l |
| Compartimento de bagagem | 281 l |
| Peso em ordem de marcha | 1.178 kg |
| Desempenho e consumo | |
| Velocidade máxima | ND |
| Aceleração de 0 a 100 km/h | 9,6 s |
| Consumo em cidade | 12,2 km/l |
| Consumo em rodovia | 15,3 km/l |
| Dados do fabricante; motor a gasolina; ND = não disponível | |

















