O hatch médio franco-argentino oferece bom conjunto por
valores atraentes, mas a satisfação com as concessionárias é baixa
Texto: Luiz Fernando Wernz – Fotos: Fabrício Samahá (THP) e divulgação
Ah, os hatches médios… Que dono de modelo compacto nunca sonhou em ter um automóvel dessa classe? Carros que — apesar do preço equiparado ao de sedãs médios — não foram feitos para a família e têm como principal apelo a emoção ao volante, a tecnologia e a imagem que transmitem. Um segmento levado tão a sério pelas fábricas que, muitas vezes, recebe tecnologias com pioneirismo para chamar ainda mais atenção.
É também uma das categorias mais concorridas do mercado, com variadas opções para “pescar” aquele consumidor que não quer mais o básico, mas ainda não pode pagar o máximo. Nessa concorrência insere-se um argentino de origens francesas, importado para o Brasil desde fevereiro de 2012 e que faz certo sucesso em nosso mercado: o Peugeot 308.
De início, sua principal arma para disputar essa batalha foi o fator preço. Como estratégia para atrair os consumidores, a Peugeot lançou o 308 pelo mesmo valor de seu antecessor 307, que fez sucesso em longos nove anos de mercado e registrou mais de 77 mil unidades vendidas. Mas outras qualidades do novo modelo viriam à tona.
Mesmo na versão de entrada Active, oferecida apenas com motor 1,6, o 308 vinha
bem-equipado: bolsas infláveis, ABS, rodas de 16 pol, computador de bordo
O 308 chegou ao mercado em três opções de acabamento. A mais simples, Active, vinha de série com ar-condicionado, direção com assistência eletro-hidráulica, freios com sistema antitravamento (ABS), distribuição eletrônica entre eixos e assistência adicional em emergência, bolsas infláveis frontais, rodas de alumínio de 16 pol, computador de bordo, para-brisa com isolamento acústico, banco do motorista com regulagem de altura, volante revestido em couro com ajuste em altura e distância, controle elétrico dos vidros com função um-toque e sensor antiesmagamento, controle elétrico dos retrovisores e trava das portas e sistema de áudio com rádio/toca-CDs, MP3 e comando na coluna de direção.
O 308 Griffe com motor 1,6 THP, dotado de
turbo e 165 cv, não era um esportivo, mas
cumpriu sua proposta de melhor desempenho
A versão seguinte, Allure, adicionava ar-condicionado com controle automático de temperatura em duas zonas e extensão para o banco traseiro, faróis de neblina, conexões USB e auxiliar no sistema de áudio, interface Bluetooth para telefone celular, faróis e limpador do para-brisa automáticos, retrovisor interno fotocrômico e apoios de braço dianteiros. O Allure podia ser equipado com motor de 1,6 litro (115 cv com gasolina e 122 com álcool) ou de 2,0 litros (143 e 151 cv, na ordem), ambos flexíveis em combustível e com quatro válvulas por cilindro, enquanto o Active vinha só com o 1,6. No caso do 2,0, ele recebia rodas de 17 pol, controlador e limitador de velocidade. Como opcionais havia câmbio automático e teto panorâmico de vidro.
O topo de linha Feline, que usava o motor de 2,0 litros, acrescentava ao pacote bolsas infláveis laterais de tórax nos bancos dianteiros, cortinas infláveis, controle eletrônico de estabilidade e tração, alarme antifurto, revestimento interno de couro, teto de vidro, rebatimento elétrico dos retrovisores, luzes diurnas em leds, sensores de estacionamento traseiros e pedais de alumínio, com opção de navegador por satélite.
O 308 Feline, que de início era o topo de linha, trazia motor de 2,0 litros, câmbio
automático, teto de vidro e bancos de couro; o navegador era opcional
O conjunto do carro, como tradicional na marca, agradava pela qualidade dos materiais do acabamento, pelo desenho inspirado e espaço interno. Pessoas de grande estatura se acomodavam bem no 308, mesmo no banco traseiro. As suspensões com calibração firme garantiam a estabilidade, embora com algum sacrifício do conforto.
Ainda em 2012, em novembro, a Peugeot lançava o 308 Griffe com motor 1,6 THP, dotado de turbo e injeção direta de gasolina (não era flexível), aliado ao câmbio automático de seis marchas. Com 165 cv e torque de 24,5 m.kgf em rotação bem baixa (1.400 rpm), não era um esportivo, mas cumpriu muito bem sua proposta de oferecer melhor desempenho aliado a boas marcas de consumo de combustível. O conteúdo era o mesmo do Feline, mas com diferenças visuais como rodas e retrovisores em tom cinza-grafite.
Em junho de 2013 a linha 308 ganhou a série especial Roland Garros, em alusão a um dos torneios de tênis mais famosos e sofisticados do mundo. Foram feitas 200 unidades do 308 Griffe THP. Oferecido apenas em cor branca, ele trazia bordado do logotipo oficial do torneio nos tapetes e nos encostos dos bancos de couro de tom cinza claro, o mesmo logotipo nas portas dianteiras e retrovisores externos cromados.
Rodas e retrovisores em tom grafite diferenciavam o 308 Griffe THP, que trazia
motor turbo de 1,6 litro e 165 cv com câmbio automático de seis marchas
A linha 2014 do Peugeot 308, apresentada em outubro de 2013, não trouxe novidades estéticas, mas algumas alterações técnicas. A versão Allure com motor de 2,0 litros passava a contar com câmbio automático de seis marchas, como a THP. Houve mudança também nas buchas das suspensões e nos pneus para melhorar o conforto de marcha e reduzir os ruídos em pisos irregulares. A simplificação da linha extinguiu a versão Allure 1,6 e a Griffe 2,0.
Espaço e bons equipamentos
A pesquisa do Teste do Leitor do Best Cars aponta que, entre os proprietários do 308, a maioria destaca a estabilidade, a dirigibilidade, o espaço interno, os equipamentos, o acabamento e o desempenho como seus pontos fortes.
“Quando comparado aos concorrentes, ganha de lavada em espaço interno, nível de equipamentos e qualidade dos acabamentos. Os faróis regrediram em comparação aos do 307, mas ainda são excelentes. A direção é muito bem acertada, o porta-malas é enorme, o acerto da espuma dos bancos agrada, o ar-condicionado de duas zonas é fantástico. Apresenta ótimo consumo quando se leva em consideração o porte e peso do veículo. As conexões USB e auxiliar são bem localizadas e protegidas”, enumera William Cardoso, que roda por Formosa, GO, a bordo de um 308 Allure 1,6 16V 2012.
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