Responsável pelo retorno da Volkswagen aos sedãs pequenos, ele
mantêm público fiel e bom mercado; contudo, índice de satisfação é baixo
Texto: Luiz Fernando Wernz – Fotos: divulgação
Repare no trânsito a sua volta: a predominância em nosso mercado é dos carros pequenos, em geral hatchbacks. O consumidor tende a escolher esses modelos, sobretudo, pelo fator econômico — mas o que fazer quando a família cresce?
Os sedãs pequenos, classe da qual o mercado nacional sempre teve muitas opções, costumam ser uma boa solução quando aumentam as necessidades de espaço para toda a tralha associada a crianças, de carrinhos a numerosas bolsas. No passado, um dos representantes de maior sucesso da categoria foi o Volkswagen Voyage, derivado do carro mais vendido da história do Brasil, o Gol. O modelo esteve muito presente em nossas ruas desde seu lançamento, em 1981, até sair de linha em 1995.
Sem um representante brasileiro no segmento (embora tenha havido o Polo Classic argentino) por nada menos que 13 anos, a VW enfim retomou o nome original em um sedã derivado do Gol de terceira geração, lançado em outubro de 2008 como modelo 2009. O Voyage voltou em três versões: básica, Trend (na verdade um pacote de opcionais, mas que o mercado considera versão) e Comfortline. Estavam disponíveis motores de 1,0 ou 1,6 litro, ambos com duas válvulas por cilindro e flexíveis em combustível.
Do novo Gol renascia o Voyage, em 2008, com motores de 1,0 e 1,6 litro; a
versão Comfortline adicionava conteúdos de conforto à básica (em prata)
De série, o básico oferecia apenas controle interno dos retrovisores, relógio digital, para-sóis com espelho, faróis de duplo refletor, porta-malas com abertura elétrica, rodas de 14 pol e regulagem de altura do banco do motorista. Os opcionais eram direção assistida, ar-condicionado, controles elétricos de travas e vidros dianteiros, volante regulável em altura e distância, cintos laterais traseiros retráteis, conta-giros, bolsas infláveis frontais e freios com sistema antitravamento (ABS). Na versão Trend a direção assistida, os cintos retráteis e o conta-giros eram de série, juntos de chave do tipo canivete, frisos laterais e maçanetas na cor do carro e temporizador do limpador do para-brisa. Os demais opcionais eram mantidos.
Sem representante no segmento por 13 anos,
a VW enfim retomou o nome original em
um sedã derivado do Gol de terceira geração
Por fim, a Comfortline adicionava controle elétrico dos vidros e travas, volante ajustável, faróis de neblina, rodas de 15 pol com pneus 195/55 e defletor na tampa do porta-malas. Tanto Trend quanto Comfortline só estavam disponíveis com motor 1,6. Os opcionais eram controle elétrico de retrovisores, banco traseiro bipartido, ar-condicionado, alarme com acionamento a distância, rodas de alumínio, bolsas infláveis frontais, volante com comandos de áudio, ABS, computador de bordo e rádio/toca-CDs com MP3, entrada USB e interface Bluetooth.
O câmbio automatizado monoembreagem ASG, lançado antes do Polo, chegava ao Voyage na linha 2010 em versões chamadas de I-Motion, só com motor 1,6-litro. Não havia diferenças em equipamentos de série ou opcionais em relação ao câmbio manual. Na linha 2012 chegava o pacote I-Trend, sempre com motor 1,6, que incluía direção assistida, rádio/CD/MP3 com USB e Bluetooth e volante com comandos de áudio, além da opção pelo câmbio I-Motion.
Volante com comandos era um dos itens do pacote I-Trend, lançado para 2012;
na época já estava disponível câmbio automatizado na versão I-Motion
As primeiras alterações de estilo dessa geração vinham em julho de 2012 como modelo 2013. O Voyage recebeu faróis, capô, para-choque e grade com formas mais angulosas e retilíneas e traseira remodelada, com lanternas estendidas até a tampa do porta-malas. Surgia opção de rodas de alumínio de 16 pol na versão Comfortline.
Por dentro, as mudanças envolveram difusores de ar, comandos de ventilação, sistema de áudio (com gráfico da aproximação de obstáculos, caso houvesse sensores de estacionamento na traseira) e instrumentos com iluminação branca. A versão básica passava a contar com controle elétrico dos vidros e travas. O sistema de freios ABS foi atualizado e as luzes de freio ganhavam acionamento intermitente caso o motorista pisasse no pedal de forma acentuada. O computador de bordo I-System trazia o Eco Comfort, que emitia avisos para orientação de condução econômica.
A linha 2014, com precoce lançamento em março de 2013, apresentou poucas mudanças: o Comfortline foi renomeado Highline e passou a contar com ar-condicionado, alarme, controles elétricos de vidros traseiros e retrovisores e sensores de estacionamento atrás. Todas as versões ganharam ABS, bolsas infláveis e direção assistida.
Frente mais retilínea e lanternas traseiras estendidas à tampa do porta-malas
eram novidades do Voyage 2013, cujo interior mudava apenas em detalhes
Em novembro de 2013 foi lançada a série especial Seleção, em alusão à Copa do Mundo de Futebol. Com motor de 1,0 ou 1,6 litro, trazia o escudo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nos para-lamas dianteiros, a inscrição Seleção na tampa do porta-malas e em faixas laterais, retrovisores na cor preta brilhante e defletor de porta-malas. As rodas de alumínio eram de 14 pol. Por dentro, o revestimento dos bancos tinha relevos em alusão às costuras de uma bola de futebol e os pedais recebiam cobertura esportiva. A série contava com rádio/CD/MP3 e alarme.
Também antecipada para março, a linha 2015 do Voyage trouxe novas nomenclaturas das versões. A básica passou a Trendline, a Comfortline ressurgia como intermediária e surgiu a opção de topo Evidence. O Trendline tinha direção assistida, três apoios de cabeça no banco traseiro e chave do tipo canivete. O Comfortline podia contar com o pacote Fun (revestimento exclusivo, pedais esportivos e volante revestido de couro) e com o Urban, dotado de rodas de alumínio de 15 pol, faróis e lanterna de neblina e sensores de estacionamento.
O pacote Interatividade vinha com volante com comandos e sensores de estacionamento. Na versão Evidence, além de ar-condicionado, controles elétricos de vidros, alarme e volante com comandos, eram aplicados rodas de alumínio de 16 pol, painel cinza claro e revestimento dos bancos combinando camurça sintética e couro. Curiosamente, não recebia o novo motor EA-211 de 1,6 litro e 16 válvulas aplicado ao Gol Rallye e à Saveiro Cross.
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