Com 3,2 litros e 241 cv, o Golf R32 acelerava de 0 a 100 em 6,6 segundos,
vinha com tração integral e um inovador câmbio de dupla embreagem
No teste da Motor Trend o Golf R32 esbanjou desempenho: “Se não bate os mais potentes Mitsubishi Lancer Evo e Subaru Impreza STI, o suave V6 do R32 não incomoda o motorista com o retardo e a súbita pressão de turbo daqueles carros e sua suspensão não é tão firme ou desconfortável. E quem quer que tenha ajustado o sistema de escapamento desse carro merece um tapinha nas costas”. No primeiro trimestre de 2003 esse Golf recebia o câmbio automatizado de dupla embreagem DSG de seis marchas para acelerar de 0 a 100 em 6,4 s e consumir 11% menos em média. Era o primeiro VW com a inovadora caixa, lançada pouco antes no Audi TT V6.
Embora substituído na Europa em 2003, o quarto Golf manteve-se em produção no Brasil, no México e na China, mercados que receberam mudanças de estilo não aplicadas ao europeu. A versão brasileira, assim como o sedã mexicano, manteve a exportação para o Canadá, que desejava um carro mais barato que o Golf V. Lá eles foram chamados de City Golf e City Jetta e ofereciam motor 1,9 turbodiesel.
Sem abrir mão da ligação visual com os anteriores, o Golf V trazia novos
recursos técnicos, como suspensão multibraço, e itens de segurança
Sofisticação mecânica
Às vésperas de completar 30 anos, o Golf chegava à quinta geração (Tipo 1K) no Salão de Frankfurt de 2003 exibindo uma virtude — manter os elementos básicos do estilo, renovação após renovação. Os “caracteres Golf” estavam lá, com formas robustas, largas colunas traseiras e faróis com refletores circulares, embora inseridos em grandes conjuntos. Com a nova plataforma PQ35, o hatch crescia para 4,20 m de comprimento e 2,58 m entre eixos, ganhando também em largura e altura. A rigidez da estrutura aumentava em 80%.
Ao testar o GTI de quinta geração com DSG,
a inglesa Evo afirmou: “Este é o futuro. A ascensão
do câmbio dupla-embreagem está sobre nós”
Entre os recursos do interior estavam ar-condicionado com duas zonas de ajuste, bolsas infláveis laterais e de cabeça e encostos de cabeça ativos. A mecânica abandonava o eixo traseiro de torção em favor do moderno conceito independente multibraço. A direção passava a usar assistência elétrica; controle de estabilidade e assistência adicional de freios vinham de série.
Na área de motores, novidade era o TDI turbodiesel de 2,0 litros e 16 válvulas com injeção direta, 140 cv e 32,6 m.kgf, oferecido com câmbios manual e DSG, ambos de seis marchas. O mesmo tipo de injeção equipava motores a gasolina de 1,4 litro (90 cv e 13,3 m.kgf), 1,6 litro (115 cv e 15,8 m.kgf) e 2,0 litros (150 cv e 20,4 m.kgf). Outras opções eram o 1,4 de 75 cv, o 1,6 de 102 cv (ambos a gasolina) e o 1,9 turbodiesel de 105 cv. A tração integral 4Motion voltava em 2004 aprimorada. Em situação normal enviava torque apenas às rodas dianteiras, mas podia levar 100% às traseiras se necessário.
Para o GTI estava reservado um motor turbo de 2,0 litros com injeção direta
e 200 cv; com caixa DSG, ele podia fazer o 0-100 em apenas 6,9 segundos
O novo GTI estreava no Salão de Paris, um ano depois do Golf básico. Entre as diferenças estavam suspensão mais baixa, rodas de 17 pol e seção em preto no para-choque dianteiro. Oferecido com três e cinco portas, o esportivo ganhava motor de 2,0 litros com turbo e injeção direta que desenvolvia 200 cv e 28,5 m.kgf, torque disponível de 1.800 a 5.000 rpm. Com câmbio manual de seis marchas, acelerava de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos e atingia 235 km/h; com o DSG a aceleração caía para 6,9 s.
Ao testar o GTI com DSG, a inglesa Evo afirmou: “Este é o futuro. A ascensão do câmbio dupla-embreagem está sobre nós. Agora é a primeira vez que o DSG aparece em um carro empolgante para o motorista. Donos de GTI usarão o modo manual e desfrutarão trocas ascendentes e reduções instantâneas, extraindo até a última gota de desempenho e de freio-motor. Não há dúvidas de que o DSG oferece velocidade incrível de mudança — de fato ela é instantânea, pois a transmissão nunca se desconecta”.
A Road & Track colocou o GTI entre os 12 melhores carros de até US$ 30 mil: “Extremistas não precisam se candidatar, mas para o entusiasta médio do dia a dia o VW GTI é um pacote muito equilibrado de conforto e desempenho — e um excelente negócio. Com uma combinação matadora do torque abundante do motor turbo, suspensão esportiva mas confortável e espaço interno prático, não há mistério em por que todos corremos atrás da chave do GTI para o fim de semana”.
O Jetta vinha elegante, com poucos painéis de carroceria em comum com o
hatch, e usava motor de cinco cilindros e 2,5 litros com 150 cv nos EUA
Ao compará-lo em 2006 ao Honda Civic Si, a Motor Trend elogiou o GTI pelo farto torque, a estrutura sólida, o interior refinado e o comportamento: “Se existe algo como um ‘foguete de bolso’ sofisticado, é o GTI. Bem-comportado, luxuoso, silencioso e, em consequência, um pouco sem graça, sem a sensação tátil do Si. Isso traz um apelo mais abrangente ao GTI, mas também o faz menos divertido subindo uma montanha ou em uma pista”.
A quinta geração do Jetta aparecia em novembro de 2004 com uma traseira longa e elegante, em rompimento com o estilo do anterior. Embora usasse os mesmos faróis do Golf, o que não acontecia antes, o carro de 4,55 metros tinha identidade própria em vários painéis de carroceria e usava uma seção cromada na frente. Suspensão traseira multibraço e, como motor básico para os EUA, um cinco-cilindros de 2,5 litros, 150 cv e 23,5 m.kgf — também usado no Rabbit, o Golf VI vendido por lá — eram novidades, assim como o câmbio automático Tiptronic de seis marchas.
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Os especiais de fábrica
A própria Volkswagen, em alguns casos em parceria com empresas externas, preparou Golfs e Jettas esportivos para eventos na Europa e nos EUA. O hatch de quinta geração surgia em duas picantes versões no SEMA Show, evento de preparação em Las Vegas, em 2006.
O R GTI destacava-se pela redução de peso obtida com o uso de capô, para-lamas dianteiros, defletores, saias laterais e terceira porta em fibra de carbono. As rodas de 19 pol usavam pneus 265/30 e o interior trazia bancos Recaro. O motor turbo de 2,0 litros, preparado para 400 cv, baixava a 4,8 segundos o tempo para acelerar de 0 a 96 km/h. Diferencial autobloqueante, molas e amortecedores mais firmes, estabilizadores ajustáveis e freios Brembo completavam o conjunto.
O outro Golf era o Thunder Bunny da preparadora Neuspeed, com motor de cinco cilindros e 2,5 litros com turbo e 225 cv, rodas de 19 pol com pneus 235/35, diferencial autobloqueante e freios Brembo. O acabamento interno usava fibra de carbono.
Para o evento Wörthersee Tour na Áustria, que reúne admiradores do grupo VW, foram desenvolvidas interessantes versões. O Golf GTI Excessive, em 2010, trazia rodas BBS pretas de 19 pol, para-lamas alargados em 30 mm, saia traseira com difusor de ar, revestimento interno em preto e vermelho e escapamento Akrapovic. Em 2012 um destaque era o GTI Black Dynamic, com capô em cinza fosco, rodas de 19 pol e suspensão esportiva. O interior ganhava bancos revestidos em couro e camurça sintética e sistema de áudio de 1.800 watts. O motor turbo de 2,0 litros passava a 360 cv.
No ano seguinte, o GTI Cabriolet Austria somava esforços das equipes de desenvolvimento de Wolfsburg e de Osnabrück, terra da Karmann. O conversível teve o motor turbo de 2,0 litros preparado para 333 cv, ganhou bancos do tipo concha na frente, perdeu o banco traseiro e recebeu em seu lugar um potente sistema de áudio de 2.250 watts.
Para comemorar os 40 anos do Golf, o Salão de Pequim de 2014 mostrava a versão conceitual R 400, com fabricação em série já anunciada. O motor turbo de 2,0 litros desenvolvia 400 cv para 0-100 em 3,9 s e máxima de 280 km/h. O carro usava câmbio DSG de seis marchas, tração integral 4Motion, para-lamas alargados, rodas de 19 pol, defletor dianteiro de fibra de carbono e duas grandes saídas de escapamento em posição central, como no R32 da quarta geração. No interior vinham quatro bancos individuais.
No mesmo evento, em 2014, o GTI Wolfsburg Edition aparecia com motor turbo de 2,0 litros modificado para 380 cv, anexos aerodinâmicos, um Sony Play Station com monitor de 24 pol e sistema de áudio de 2.170 watts.
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