Viagem ao Paraná rende 2.445 km em uma semana e mais uma
opinião sobre a minivan, já a poucos dias de encerrar sua avaliação
Texto e fotos: Fabrício Samahá
Quando oferecemos a Peugeot 3008 de Um Mês ao Volante a Luciano dos Santos para que a experimentasse por alguns dias, ouvimos como resposta uma pergunta: “Tem limite de quilometragem?”. A dúvida se justificava: o colaborador havia planejado para este mês uma viagem de mais de 2.000 quilômetros ao oeste do Paraná e, se não houvesse restrição, usaria a minivan da marca francesa nessa longa avaliação.
Viagem planejada, viagem cumprida. Depois de cinco dias e de passar junto a cidades como Campinas, Sorocaba (SP), Londrina e Maringá (PR), Luciano e a 3008 estavam de volta a Pindamonhangaba, cidade-sede do Best Cars — ela com exatos 2.445 km adicionados ao hodômetro, ele com muitas impressões para compartilhar com os leitores.
Semana de trabalho intenso para a 3008, que viajou até o oeste do Paraná por
2.445 km, cumpridos 90% em rodovias à média de consumo de 9,8 km/l
Embora não se veja ao volante de uma minivan, o colaborador gostou da aparência da Peugeot: “Tem um estilo moderno, compatível com os outros modelos da marca, e que chama atenção por onde passa”. O interior também foi bastante elogiado: “O carro tem um acabamento primoroso, com materiais que transmitem qualidade e boa montagem. Nos bancos, porém, faltou um revestimento completo em couro. A posição de dirigir é muito boa, com a sensação de estar em um carro mais alto do que é”.
Habituado a picapes e SUVs, o colaborador
aprovou seu comportamento: “É um carro bastante
estável, mesmo em curvas de alta velocidade”
As boas notas estendem-se ao painel de instrumentos “completo e de fácil leitura”, ao espaço interno “muito bom para quatro adultos” e a conveniências como os vários porta-objetos, com destaque para “o generoso no console central e alguns embaixo dos tapetes do assoalho traseiro”. Luciano aprovou a tela de projeção de velocidade, mas achou o navegador “confuso e difícil de configurar”. O compartimento de bagagem foi julgado adequado — e surpreendeu com o banco traseiro rebatido, que deixou espaço de sobra para grandes volumes transportados na volta.
Adepto há algum tempo de motores turbo de baixa cilindrada, o colaborador aprovou o THP de 1,6 litro e 165 cv que equipa a 3008: “Muito bom! Responde rápido ao toque do acelerador, é potente, silencioso e tem bom torque em baixa rotação. O desempenho do carro ficou acima do esperado, mesmo testado exaustivamente em trechos de serra. Entretanto, imaginava um menor consumo”. A média de sua viagem, com 90% de uso rodoviário, foi de 9,8 km/l.
Acabamento, posição de dirigir e detalhes como a tela que recebe projeção da
velocidade foram elogiados por Luciano, assim como motor e estabilidade
Embora tenha um carro bem mais baixo hoje, Luciano está habituado a picapes e utilitários esporte, o que lhe rendeu boa base de comparação com a minivan, de altura semelhante a esses veículos. E ele aprovou seu comportamento dinâmico: “É um carro bastante estável, mesmo em curvas de alta velocidade, tanto com dois ocupantes e pouca bagagem quanto carregado. Os freios são excelentes: testados em situação de emergência, responderam muito bem. A suspensão transmite conforto mesmo em pisos irregulares”.
Em que pese a ampla aprovação à 3008, a resposta do colaborador foi negativa quando perguntado se compraria uma dessa, caso estivesse à procura de um carro do gênero na mesma faixa de preço: “Não. Já tive um Peugeot 307 e, quando precisei de peças de reposição, ficou parado por mais de 40 dias. Percebi também a desvalorização anormal desses carros na hora da venda, fruto de uma imagem ainda não muito sólida no mercado. Se fosse comprar hoje um carro de características próximas, a opção mais provável seria o Volkswagen Tiguan, de R$ 115 mil, que também é bem-equipado, tem 200 cv e tração nas quatro rodas, além de uma marca bastante consolidada”.
Mais econômica que o C4 Lounge
No pouco tempo da última semana em que a 3008 não estava com o colaborador, fizemos as medições de consumo em nossos trajetos-padrão, os mesmos aplicados a nossas avaliações completas, em condições controladas para evitar influências externas aos resultados. Como se sabe, o ciclo leve envolve circulação à velocidade média de 35 km/h sem uso de ar-condicionado, enquanto o trajeto exigente obtém média pouco acima de 20 km/h, requer numerosas saídas e o ar funcionando de forma intensa (saiba mais sobre a metodologia).
Turbo e injeção direta trazem eficiência? Os testes de consumo apontaram que
a 3008 faz entre 1 e 1,5 km/l mais que o C4 Lounge com motor de 2,0 litros
No trajeto mais favorável a Peugeot alcançou 11,9 km/l de gasolina, marca bastante positiva, que reflete a eficiência do conjunto formado pelo motor turbo com injeção direta e o câmbio automático de seis marchas. É interessante notar que ela fez 1,5 km/l a mais que o Citroën C4 Lounge Tendance avaliado em dezembro, um carro pouco mais leve, mas dotado do menos eficiente motor aspirado de 2,0 litros do grupo PSA. A gasolina usada em ambos é a mesma, pois o fabricante não requer combustível de alta octanagem para o motor turbo.
Vantagem para o THP também no ciclo exigente, com 5,8 km/l ou 1 km/l a mais que o C4 Lounge em idêntico trajeto. Agora falta medirmos o consumo no trajeto rodoviário — para maior precisão, evitamos que fosse feito por outro motorista que não este editor, responsável por todas as medições do site. Esse número fica para a derradeira atualização na próxima terça-feira (29), depois de devolvermos o carro à Peugeot. Antes disso, mais um pouco de estrada está diante da 3008.
Próxima parte |