DS3 vs. TJet vs. Fusca: esportividade em três dimensões

 

 

 

Sem a ousadia do desenho externo, o interior do DS3 poderia se distinguir mais
do novo C3; espaço traseiro é para dois, embora haja lugar para um terceiro

 

O conjunto do DS3 é o mesmo do C3, salvo pela inclusão de termômetro do líquido de arrefecimento. Ao contrário do “primo” brasileiro, ele mantém a iluminação em laranja no mostrador digital de nível de combustível, que contrasta com a branca do restante. Traz as mesmas informações do Punto, mas este tem um computador de bordo com mais funções e duas medições de consumo (indicado em km/l nos três modelos), a exemplo do Fusca, e pode exibir um gráfico de pressão do turbo. Sua iluminação é em branco, mas a leitura seria melhor com luz permanente como a do DS3.

Fiat e Citroën trazem sistema de sugestão de troca de marcha, item inesperado em esportivos, mas que faz sentido com o atual empenho em reduzir emissões de gás carbônico (CO2). O do Punto, que aparece só com o seletor DNA (saiba mais) em posição Autonomy, recomenda tanto subir quanto reduzir marchas, enquanto o do DS3 só sugere trocas para cima. Ambos são adaptativos, ou seja, podem se acender em rotações tão baixas quanto 2.000 rpm em uso moderado ou não dar as caras se a direção for vigorosa — é curioso que nenhum acenda no limite de rotações do motor, o que seria oportuno.

O Fusca com sistema de áudio opcional, que usa amplificador e alto-falantes da marca norte-americana Fender — tradicional em guitarras —, impressiona pelo peso dos graves e a qualidade de som. O do TJet também é superior ao do DS3, ajudado por uma caixa de subgraves na lateral do porta-malas. Fiat e VW usam aparelho maior e mais fácil de usar, com destaque para a tela sensível ao toque do segundo, que conta com teclas em redundância para quem não gosta dessa forma de uso. Falta ao Punto a conexão auxiliar: ele tem só a USB e interface Bluetooth para telefone celular, também presente nos outros.

 

 


Painel na cor do carro, círculos nos bancos envolventes, couro e tecido combinados:
a receita para Fiat para deixar esportivo o Punto, carro que nasceu comportado

 

Melhorou no modelo 2013 do Fiat o uso de pendrive, que nos anos anteriores (e ainda hoje no Bravo) não mostrava informações no painel do rádio nem comandava faixas e pastas a partir de seus botões, sendo preciso usar os do volante e mensagens de voz. Contudo, permanecem alguns problemas: a porta USB fica pouco acessível no porta-luvas (idem para o VW), o áudio não a lê com a ignição desligada (embora rádio e CD funcionem) e algumas vezes foi preciso tirar e recolocar o pendrive, que não era mais reconhecido. Nada disso aconteceu nos concorrentes.

 

Os bancos são não apenas envolventes, como bem firmes na densidade de espuma e corretos em desenho, e estão bem posicionados em relação aos pedais e ao volante

 

Só o Fusca e o Punto trazem opção de navegador por satélite — incompreensível a Citroën não o oferecer, já que o próprio C3 nacional tem o equipamento —, mas o Fiat usa um limitado sistema baseado em indicações de voz e símbolos para a próxima conversão, sem exibir mapa. Também mais prático no VW é inserir endereços por toques na tela. O Tjet traz ainda um Bluetooth mais elaborado, o sistema Blue&Me, com comandos por voz e leitura de mensagens de texto (SMS) e das redes sociais.

Os mesmos modelos dão opção de teto solar com controle elétrico e deslocamento por fora, que no Punto (embora o avaliado não o tivesse) usa duas partes, dianteira móvel e traseira fixa. Precisa melhorar no VW a tela interna, que é perfurada e deixa passar luz e calor do sol em excesso para um país tropical. Eles têm ainda controle elétrico de vidros com função um-toque para todos (só no do motorista no DS3), temporizador, abertura e fechamento comandados a distância; alarme com proteção por ultrassom, comando interno do bocal de abastecimento (falta incômoda no Citroën), luzes de cortesia na frente (só a luz central no DS3 é muito pouco) e aviso de porta mal fechada com indicação específica (geral no francês).

 

 


Antigo e moderno fazem bom contraste no ambiente interno do Fusca, que oferece
revestimento em tons alegres; instrumentos do quadro somam-se aos centrais

 

Só o VW pode ter ar-condicionado com duas zonas de controle de temperatura, sensores de estacionamento também na frente e com indicação gráfica no painel, iluminação interna com escolha de cores e acendedor de cigarros. Suas janelas de porta sem moldura são um charme a mais. Também exclusivos são o acesso ao interior e a partida do motor (por botão no console) sem uso da chave, que só precisa estar junto ao usuário, mas a partida não ser assistida (deve-se manter o botão pressionado até o motor ligar) é incomum nesse tipo de acionamento.

 

 

Itens exclusivos do DS3 são limitador de velocidade, porta-luvas refrigerado, retrovisores com recolhimento elétrico (e automático ao travar o carro), luzes de cortesia no assoalho dianteiro, espelhos iluminados nos para-sóis (falta inesperada no Fusca, pois a VW os usa em modelos bem mais baratos), vidros verdes mais escuros da coluna central para trás (como eram no Punto há alguns anos), dois apoios de braço dianteiros, difusor de perfume e maçanetas internas cromadas, para mais fácil localização à noite. Ele e o Fusca trazem aquecimento dos bancos dianteiros e ajuste de altura também para o do passageiro.

Só o TJet vem com para-brisa com faixa degradê, alças de teto para quem viaja atrás e alerta programável para excesso de velocidade. Fiat e Citroën trazem comando automático para faróis e comutador de facho alto de puxar apenas, tipo que preferimos — desde que impeça ligá-lo já em alto, como nesses modelos. Os dois fabricantes deveriam providenciar mais espaço para pequenos objetos. Outros itens estão presentes nos três carros, como limpador de para-brisa e ar-condicionado automáticos, comandos de áudio no volante, controlador de velocidade, retrovisor interno fotocrômico, alerta para uso de cinto e mostrador de temperatura externa.

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