Bem-equipados em conforto e sem pedal de embreagem,
esses hatches médios não abrem mão de bom desempenho
Texto e fotos: Fabrício Samahá
Esquecido por alguns fabricantes durante anos — o caso da Volkswagen, que mantém o Golf na mesma geração desde 1998, é emblemático —, o segmento de hatchbacks médios volta a receber a atenção de diversas marcas. A renovação iniciada em 2008 com o Ford Focus, e que teve seguimento no ano seguinte com o Hyundai I30 e o Citroën C4, ganhou força com os lançamentos do Fiat Bravo (2010), do Chevrolet Cruze e do Peugeot 308, no começo de 2012.
Para saber o que eles representam para a categoria, o Best Cars colocou frente a frente esses novos modelos da classe (sem o Cruze, já que a General Motors não cede carros para nossa avaliação desde 2008). O 308 veio em versão de topo Feline, com motor de 2,0 litros e 16 válvulas e caixa de câmbio automática de quatro marchas de série, enquanto o Bravo foi escolhido na Sporting de 1,75 litro e 16 válvulas, dotada da caixa manual automatizada Dualogic de cinco marchas como opcional.
Fiat Bravo Sporting |
Peugeot 308 Feline |
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4,33 m | 130/132 cv | R$ 68.881 | 4,27 m | 143/151 cv | R$ 67.990 |
Preços públicos sugeridos, em reais, para os carros avaliados, com possíveis opcionais |
Por que não o Bravo T-Jet, cujo motor 1,4 turbo oferece potência de 152 cv, bem próxima à de 151 cv que o Peugeot obtém ao usar álcool? Em primeiro lugar pela pequena importância do Fiat esportivo nas vendas; em segundo, por não oferecer câmbio automático ou automatizado, o que criaria uma distinção relevante ao 308; e em terceiro, pelo interesse em submeter à avaliação o câmbio Dualogic Plus, com evoluções sobre a versão usada até a linha 2012.
O 308 vem muito bem-equipado ao preço sugerido de R$ 66 mil, que passa a R$ 68 mil com o navegador, seu único opcional; o Bravo começa mais barato, a R$ 60,6 mil (já com o automatizado), mas precisa de várias opções para chegar perto do concorrente em termos de conteúdo. Com eles, chega a R$ 68,9 mil. Portanto, equilíbrio no mais importante dos quatro “Ps” que norteiam nossos comparativos. E os outros três, como ficam?
Em proposta de uso são carros muito parecidos: hatches médios com espaço mediano e bom desempenho, aptos a atender bem ao uso urbano ou a pequenas viagens da família. Em porte, o Bravo mede apenas 6 centímetros a mais em comprimento e as distâncias entre eixos se distinguem apenas por milímetros. E em potência há uma diferença aceitável, pois o Fiat desenvolve 130 cv com gasolina e 132 com álcool, ante 143 e 151 cv (na ordem) do Peugeot.
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