Dois estreantes e dois conhecidos revitalizados comparam-se em
um segmento que tem alcançado patamares mais altos… até de preço
Texto e fotos: Fabrício Samahá
Os níveis de desempenho, conforto, conveniência e segurança dos sedãs médios continuam a subir a passos largos. Foi-se o tempo em que o comprador desse tipo de automóvel tinha de se contentar com potência de 140 cv, caixa de câmbio automática de quatro marchas, duas bolsas infláveis, sistema de áudio com MP3 e sensores de estacionamento na traseira. Hoje, são diversas as opções que vão bem além em qualquer um daqueles quesitos.
Duas dessas opções chegaram há pouco ao mercado: o Citroën C4 Lounge, sucessor do C4 Pallas, e o Ford Focus de terceira geração. Em suas versões de topo — Exclusive THP e Titanium, na ordem —, ambos oferecem conteúdo e potência que encontram poucos adversários na classe. Mais que comparar essas novidades, decidimos lhes opor dois desafiantes: o consagrado Honda Civic em versão EXR, que recebeu na linha 2014 um motor de 2,0 litros, e o Renault Fluence também no pacote de topo, o esportivo GT.
Citroën C4 Lounge Exclusive THP |
4,62 m | 165 cv | R$ 82.980 |
Ford Focus Titanium |
4,53 m | 175/178 cv | R$ 89.990 |
Honda Civic EXR |
4,52 m | 150/155 cv | R$ 83.990 |
Renault Fluence GT |
4,64 m | 180 cv | R$ 85.599 |
Preços públicos sugeridos, em reais, para os carros avaliados, com possíveis opcionais |
Sim, poderia estar aqui o Volkswagen Jetta TSI, uma das referências do segmento em termos de desempenho com seu motor turbo de 211 cv. Ocorre que, uma vez definidos aqueles quatro competidores, o Jetta se mostrou fora da curva tanto em potência quanto em preço, pois começa em R$ 90 mil e passa de R$ 100 mil com os opcionais — e não faria sentido, mesmo que a VW tivesse um à disposição, usar um Jetta sem teto solar, navegador ou outro item relevante que os concorrentes ofereçam. Assim, o mexicano fica de fora dessa vez.
O que temos são quatro formas diferentes de atender — alguns, melhor que outros — às expectativas do comprador de um sedã médio. O C4 Lounge combina turbocompressor e injeção direta de combustível; o Fluence tem apenas o turbo, o Focus só a injeção direta (mas apta a consumir gasolina e álcool, uma primazia no País) e o Civic nenhum desses recursos. O câmbio é automático de cinco marchas no Honda e de seis no Citroën, automatizado de dupla embreagem com seis marchas no Ford e — hoje exceção nessa faixa de preço — manual de seis marchas no Renault. Dois dos carros (Focus e Civic) têm suspensão traseira independente e motor flexível em combustível.
Diferenças à parte, eles se equilibram nos quatro “Ps” que definem nossos comparativos. A proposta de uso é similar: sedãs médios de quatro portas com motores potentes e grande dotação de conforto e segurança, ideais para uso urbano ou rodoviário com a família. Em porte, as diferenças não passam de 11 centímetros em comprimento e 6 cm na distância entre eixos, sendo Fluence e C4 Lounge os maiores em cada item, nesta ordem. A potência varia em 25 cv do Honda (com álcool) para o Renault, com os demais dentro dessa faixa. E em preço?
O menor valor sugerido é o do C4 Lounge, R$ 83 mil já com os opcionais disponíveis. Seguem-se Civic (R$ 84 mil), Fluence (R$ 85,6 mil) e por último o Focus (R$ 90 mil), todos em pacote único, sem opções (há apenas pinturas opcionais para o Ford e o Renault). O mais caro custa 8% acima do mais barato, diferença que não costuma determinar a compra em um segmento como esse. Vamos, então, conhecer os muitos aspectos que merecem entrar nessa decisão.
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