Novidade dos franceses traz bons argumentos: saiba se eles são suficientes para deixar o Mobi fora da competição
Texto e fotos: Fabrício Samahá
A Renault ainda não esqueceu a “surra” que levou da Fiat. Apenas cinco meses depois que a francesa lançou sua Duster Oroch, pioneira em uma subcategoria entre as picapes pequenas e as médias, a italiana respondeu com a Toro — um projeto com desenho próprio e muito superior em estilo e refinamento, como ficou claro no comparativo que promovemos.
Dessa vez, quem parece prestes a “apanhar” é a Fiat. Lançado no ano passado, seu Mobi não convenceu plenamente: havia muito de adaptação do Uno a um porte menor, o que resultou em limitações como o diminuto compartimento de bagagem, enquanto a frente longa parecia um desperdício de comprimento. Com vendas medianas até agora, o Mobi ganha um forte concorrente… da Renault: o Kwid.
Fiat Mobi Drive | Renault Kwid Intense | ||||||||
3,57 m | 3,68 m | ||||||||
1,0 litro | 1,0 litro | ||||||||
72/77 cv | 66/70 cv | ||||||||
R$ 47.408 | R$ 40.490 | ||||||||
Preços sugeridos para os carros avaliados, com possíveis opcionais |
Plataforma, motor (emprestado a Sandero e Logan e não o contrário) e até transmissão exclusivos revelam que os franceses se empenharam na tarefa de desenhar um carro menor, com melhor aproveitamento de espaço e soluções pela eficiência. É um bom começo — mas seria o novo Renault um carro realmente superior ao Fiat? Tarefa para um comparativo completo, ao estilo do Best Cars, responder.
Recebemos o Kwid em versão de topo Intense (que hoje vem com o pacote Connect, a se tornar opcional mais adiante) ao preço de R$ 40.490, ao qual opusemos o Mobi de topo, o Drive, oferecido a R$ 41.790 (com opcionais, R$ 47.408). A opção se justifica por ser essa versão do Fiat, por enquanto, a única com o moderno motor Firefly de três cilindros, competidor natural do Renault — o Mobi Way, embora mais próximo ao Kwid em altura de rodagem, permanece restrito ao decano Fire de quatro cilindros.
Se os preços estão próximos na configuração básica, como ficam os outros três “Ps”? A proposta de uso é a mesma: carros subcompactos de cinco portas com foco no uso urbano, um tanto restritos a viagens pela escassez de espaço e conforto. Têm porte parecido: o Kwid mede 12 centímetros a mais em comprimento e distância entre eixos, mas é mais estreito e baixo. Em potência, apesar das duas válvulas por cilindro, o motor Fiat (72 cv com gasolina e 77 com álcool) supera o Renault (66 e 70 cv, na ordem).
Apresentados os argumentos de um e outro lado, vamos conferir o que eles representam na prática.
Próxima parte