Variação de tempo de válvulas deixa o Sandero com mais potência e torque e garante melhores retomadas, mas o Kwid pesa bem menos e acelera mais rápido
Motor e desempenho
O motor de três cilindros, 1,0 litro e 12 válvulas é basicamente o mesmo nos dois, mas só no Sandero usa variação de tempo de abertura das válvulas, que lhe rende maiores potência e torque (veja na ficha técnica) e compensa em parte o peso maior em 213 kg. Nota-se seu bom rendimento em altas rotações, nas quais o do Kwid parece perder fôlego.
Nos testes, o leve Kwid saiu à frente em duas das três provas de aceleração, mas por pouca diferença. Melhor em retomadas por boa margem, o Sandero também mostra melhor isolamento das oscilações típicas dos três-cilindros, mais notadas abaixo de 1.500 rpm e acima de 4.000 — no Kwid aparecem até em marcha-lenta. Ambos são um tanto ruidosos em velocidade de rodovia. As transmissões manuais têm comando preciso, embora um pouco pesado no Sandero. No Kwid o pedal de embreagem é levíssimo, mas o ronco de engrenagens em marcha à ré deixa sensação de má qualidade.
Acerto de suspensão não deixa dúvidas: o Sandero comporta-se melhor, até mesmo em retas, e oferece muito mais conforto em lombadas e irregularidades
Consumo
Menor e mais leve, o Kwid vence facilmente em consumo urbano, como ao fazer 2,2 km/l a mais no trajeto leve. Contudo, esta unidade foi mais “beberrona” em rodovia, onde perdeu para o Sandero (ambos foram testados com álcool, que não é nosso padrão, pois a Renault não pôde emprestá-los com gasolina nem houve tempo hábil de mudarmos). Entre os carros pequenos testados, as marcas urbanas do Kwid são ótimas, e as demais, medianas.
Nos testes, o leve Kwid saiu à frente em duas das três provas de aceleração (embora perca em retomadas) e venceu facilmente em consumo urbano
Comportamento dinâmico
Ponto indiscutível a favor do Sandero. Sua estabilidade é claramente melhor, tanto em curvas quanto em alta velocidade em retas: o Kwid parece desviar-se facilmente da trajetória por uma questão de geometria. Nenhum oferece controle eletrônico de estabilidade e tração. O carro maior também vence por larga margem em conforto, com ajuste muito bom de molas e amortecedores e ótima passagem por lombadas — só poderia absorver melhor os pequenos impactos.
Faróis de neblina apenas no modelo menor; leds diurnos e nas lanternas, só no maior; ambos trazem bolsas infláveis laterais dianteiras e fixação Isofix
O “caçula” é um tanto áspero, transmitindo excesso de vibrações do piso à cabine; tem amortecedores dianteiros muito macios, que fazem a suspensão chegar aos batentes facilmente em lombadas, e traseiros duros na distensão, que penalizam o conforto. O Sandero também revela melhor calibração da assistência dos freios: a resposta do Kwid com média pressão no pedal, que era fraca nos anos anteriores, se tornou algo excessiva no modelo 2020. A favor do pequeno, só a leveza em baixa velocidade da direção, que usa assistência elétrica em vez da eletro-hidráulica mais pesada do “irmão” maior.
Segurança passiva
O Sandero ganhou em proteção dos ocupantes na linha 2020: além de reforços estruturais, vem de série com bolsas infláveis laterais dianteiras, fixação Isofix para cadeira infantil (itens que o Kwid já tinha), encostos de cabeça e cintos de três pontos para cinco pessoas (no Kwid o cinto central é subabdominal).
Pagar 11% a mais pelo Sandero é bom negócio, pois ele supera o “caçula” em muito mais que espaço; o Kwid só vale o preço nas versões mais simples
Custo-benefício
Pela versão Zen do Sandero pagam-se R$ 50 mil ou 11% a mais que pela Outsider do Kwid (R$ 45 mil), ambas sem oferecer opcionais. Os dois estão disponíveis também em acabamentos mais simples, a partir de R$ 47 mil no Sandero Life e de R$ 34 mil no Kwid Life (este tem ainda opções Zen e Intense por valores intermediários).
Quem optar pelo Sandero terá ganhos importantes em espaço interno, posição do motorista, estabilidade e conforto de rodagem, com alguma perda em agilidade e consumo em cidade. Portanto, a menos que o fator financeiro seja determinante — como é frequente na compra por frotistas —, a vantagem do “irmão” maior fica clara no conjunto, mesmo para quem não precisa de grande espaço no banco traseiro. O Sandero é 11% mais caro, mas é 17% melhor na média de notas e um carro bem mais satisfatório de dirigir. A nosso ver, comprar o Kwid faz sentido apenas nas versões mais simples, que se afastam da faixa de preço do modelo maior.
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Nossas notas
| Kwid | Sandero | |
| Estilo | 3 | 3 |
| Acabamento e conveniência | 3 | 3 |
| Posto do motorista | 2 | 3 |
| Espaço interno | 2 | 4 |
| Porta-malas | 3 | 4 |
| Motor e desempenho | 3 | 3 |
| Consumo | 4 | 3 |
| Comportamento dinâmico | 2 | 3 |
| Segurança passiva | 4 | 4 |
| Custo-benefício | 3 | 4 |
| Média | 2,9 | 3,4 |
| Posição | 2°. | 1°. |
| As notas vão de 1 a 5, sendo 5 a melhor; conheça nossa metodologia | ||
Desempenho e consumo
| Kwid | Sandero | |
| Aceleração | ||
| 0 a 100 km/h | 14,2 s | 14,6 s |
| 0 a 120 km/h | 22,3 s | 23,1 s |
| 0 a 400 m | 19,8 s | 19,5 s |
| Retomada | ||
| 60 a 100 km/h (3ª.) | 11,1 s | 8,5 s |
| 60 a 100 km/h (4ª.) | 15,3 s | 12,4 s |
| 60 a 120 km/h (4ª.) | 24,2 s | 21,1 s |
| 80 a 120 km/h (4ª.) | 17,3 s | 13,4 s |
| Consumo | ||
| Trajeto leve em cidade | 13,7 km/l | 11,5 km/l |
| Trajeto exigente em cidade | 7,6 km/l | 6,2 km/l |
| Trajeto em rodovia | 10,0 km/l | 10,4 km/l |
| Testes com álcool; melhores resultados em negrito; conheça nossos métodos de medição | ||
Ficha técnica
| Kwid | Sandero | |
| Motor | ||
| Posição | transversal | transversal |
| Cilindros | 3 em linha | 3 em linha |
| Comando de válvulas | duplo no cabeçote | duplo no cabeçote |
| Válvulas por cilindro | 4 | 4, variação de tempo |
| Diâmetro e curso | 71 x 84,1 mm | 71 x 84,1 mm |
| Cilindrada | 999 cm³ | 999 cm³ |
| Taxa de compressão | 11,5:1 | 12:1 |
| Alimentação | injeção multiponto sequencial | injeção multiponto sequencial |
| Potência máxima (gas./álc.) | 66/70 cv a 5.500 rpm | 79/82 cv a 6.300 rpm |
| Torque máximo (gas./álc.) | 9,4/9,8 m.kgf a 4.250 rpm | 10,2/10,5 m.kgf a 3.500 rpm |
| Transmissão | ||
| Tipo de caixa e marchas | manual, 5 | manual, 5 |
| Tração | dianteira | dianteira |
| Freios | ||
| Dianteiros | a disco ventilado | a disco ventilado |
| Traseiros | a tambor | a tambor |
| Antitravamento (ABS) | sim | sim |
| Direção | ||
| Sistema | pinhão e cremalheira | pinhão e cremalheira |
| Assistência | elétrica | eletro-hidráulica |
| Suspensão | ||
| Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal | |
| Traseira | eixo de torção, mola helicoidal | |
| Rodas | ||
| Dimensões | 14 pol | 15 pol |
| Pneus | 165/70 R 14 | 185/65 R 15 |
| Dimensões | ||
| Comprimento | 3,68 m | 4,06 m |
| Largura | 1,579 m | 1,733 m |
| Altura | 1,474 m | 1,536 m |
| Entre-eixos | 2,423 m | 2,59 m |
| Capacidades e peso | ||
| Tanque de combustível | 38 l | 50 l |
| Compartimento de bagagem | 290 l | 320 l |
| Peso em ordem de marcha | 798 kg | 1.011 kg |
| Desempenho e consumo (gas./álc.) | ||
| Velocidade máxima | 152/156 km/h | 160/163 km/h |
| Aceleração de 0 a 100 km/h | 15,5/14,7 s | 13,1/13,0 s |
| Consumo em cidade | 14,9/10,3 km/l | 14,2/9,5 km/l |
| Consumo em rodovia | 15,6/10,8 km/l | 14,1/9,6 km/l |
| Dados do fabricante; consumo conforme padrões do Inmetro | ||


























