Mais pelo marketing que por necessidade, o Civic de entrada (LXS) ganha a sexta
marcha no câmbio manual, que é 5% mais longa que a quinta do modelo anterior
Além do beneficio da sexta longa ao consumo, há menor queda de rotação nas trocas das duas últimas marchas: enquanto antes o giro caía 23% de quarta para quinta, agora cai 15% em cada mudança. No fim, a sexta do novo é apenas 5% mais longa que a quinta do antigo. A marcha à ré continua sendo engatada para trás e para direita.
O 2,0-litros trouxe melhora expressiva nas reações do carro, agora bastante ágil mesmo quando a caixa não faz reduções, e seu funcionamento é suave e silencioso
No aspecto externo não houve grandes mudanças em relação ao modelo 2013. Abaixo do logotipo das novas versões vêm o 2.0 do motor e o do sistema Flex One, na traseira, em uma salada de fontes e cores que o bom gosto poderia ter evitado. Em termos de acabamento, finalmente as duas versões inferiores receberam uma forração interna na tampa do porta-malas, que nas LXR e EXR ainda tem revestimento nas alças. A LXS ganhou interface Bluetooth para telefone celular e chave do tipo canivete e a LXR tem faróis de neblina, antes restritos à versão de topo.
Ao volante
O lançamento do Civic 2014, em Campinas, SP, deu a chance de dirigir versões com câmbios manual e automático e com ambos os motores. O 2,0-litros trouxe melhora expressiva nas reações do carro, agora bastante ágil ao acelerador, mesmo quando a caixa automática não faz reduções. Seu funcionamento é suave e silencioso e, como antes, o câmbio opera com grande maciez e permite o uso manual pelos comandos no volante. Lamenta-se que a Honda não divulgue dados de desempenho ou consumo (este com expectativa de piora pela combinação de maior cilindrada, menor taxa de compressão e câmbio mais curto) para comparação.
Os interiores são os mesmos, mas o LXS ganhou interface Bluetooth, o LXR
(fotos) traz faróis de neblina e ambos, enfim, têm forro na tampa do porta-malas
No 1,8 com seis marchas, a sensação é de escalonamento correto para aproveitar a potência do motor, embora nada parecesse estar errado com o antigo — há um inevitável componente de marketing nessa corrida por mais marchas, em que o consumidor pode imaginar que sai em desvantagem por ter apenas cinco. Se a menor variação de rotação nas trocas favorece a agilidade, tem como contraponto exigir mais mudanças para o mesmo efeito. Outra ressalva fica por conta dos engates, que requerem um pouco de atenção nas reduções porque é fácil errar uma marcha.
A Honda foi discreta na forma de apresentar o sistema de partida Flex One porque o motor 1,8 — assim como seus outros modelos — mantém o tanque suplementar, mas ficou evidente que em um breve todos os motores flexíveis da marca contarão com o dispositivo, até por vantagens em segurança e controle de emissões poluentes.
O motor flexível chega também ao utilitário esporte CR-V, que já contava com a unidade de 2,0 litros, mas a gasolina. Se não trouxe aumento de potência (pelo contrário, perderam-se 5 cv com o derivado de petróleo), a conversão levou a uma mudança na capacidade do tanque: foi aumentado em 22% de 58 para 71 litros, o que compensa em parte o rendimento 30% mais baixo do álcool. Também foi lançada a versão EXL, de topo, com tração apenas dianteira — o reconhecimento do fato de que a maioria absoluta desses veículos não trafega longe do asfalto no Brasil. O CR-V, que vem do México, deve chegar em abril por preços ainda não anunciados.
Ficha técnica
Civic LXS 1,8 | Civic EXR 2,0 | |
Motor | ||
Posição | transversal | |
Cilindros | 4 em linha | |
Comando de válvulas | no cabeçote | |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo e levantamento | |
Diâmetro e curso | 81 x 87,3 mm | 81 x 96,9 mm |
Cilindrada | 1.798 cm³ | 1.997 cm³ |
Taxa de compressão | 11,7:1 | 10,6:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial | |
Potência máxima (gas.) | 139 cv a 6.500 rpm | 150 cv a 6.300 rpm |
Potência máxima (álc.) | 140 cv a 6.500 rpm | 155 cv a 6.300 rpm |
Torque máximo (gas.) | 17,5 m.kgf a 4.600 rpm | 19,3 m.kgf a 4.700 rpm |
Torque máximo (álc.) | 17,7 m.kgf a 5.000 rpm | 19,5 m.kgf a 4.800 rpm |
Transmissão | ||
Tipo de câmbio e marchas | manual, 6 ou automático, 5 | automático, 5 |
Tração | dianteira | |
Freios | ||
Dianteiros | a disco ventilado | |
Traseiros | a disco | |
Antitravamento (ABS) | sim | |
Direção | ||
Sistema | pinhão e cremalheira | |
Assistência | elétrica | |
Suspensão | ||
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal | |
Traseira | independente, braços sobrepostos, mola helicoidal | |
Rodas | ||
Dimensões | 6,5 x 16 pol | |
Pneus | 205/55 R 16 | |
Dimensões | ||
Comprimento | 4,525 m | |
Largura | 1,755 m | |
Altura | 1,45 m | |
Entre-eixos | 2,668 m | |
Capacidades e peso | ||
Tanque de combustível | 57 l | |
Compartimento de bagagem | 449 l | |
Peso em ordem de marcha | 1.238 kg (man.) e 1.272 kg (aut.) | 1.306 kg |
Dados do fabricante; desempenho e consumo não disponíveis |