Por valores semelhantes, três utilitários esporte oferecem graus distintos de espaço, comodidade e desempenho
Texto e fotos: Fabrício Samahá
Existem diferentes formas de escolher um novo carro. Pode-se selecionar dentro de uma categoria e de uma faixa de preço, como costumamos fazer para compor nossos comparativos, mas há quem fixe apenas um teto de valor e analise opções as mais variadas. No caso de utilitários esporte, essa variedade hoje inclui modelos de diversos tamanhos que acabam competindo na mesma faixa de preço.
Tome-se como exemplo a região de R$ 75 mil a R$ 80 mil. Dentro desse limite você leva para casa uma novidade nacional, o Peugeot 2008 Griffe THP, que mede 4,16 metros de comprimento e tem motor turboalimentado de 1,6 litro com potência de até 173 cv. Por valor semelhante a Renault oferece o consagrado Duster Dynamique com motor de 2,0 litros e 148 cv e câmbio automático — um modelo maior, de 4,33 m, e que acaba de receber evoluções. Não se decidiu? Considere então que a mesma faixa permite subir de categoria em termos de porte e chegar ao chinês JAC T6, de 4,47 m, com motor de 2,0 litros e 160 cv.
JAC T6 |
Peugeot 2008 Griffe THP |
Renault Duster Dynamique |
4,47 m | 4,16 m | 4,33 m |
155/160 cv | 165/173 cv | 143/148 cv |
R$ 75.990 | R$ 79.590 | R$ 77.040 |
Preços públicos sugeridos, em reais, para os carros avaliados, com possíveis opcionais |
Como se vê, fugimos dessa vez ao rigor dos quatro “Ps” para comparar utilitários esporte que apresentam tanto semelhanças quanto contrastes. Nem mesmo em proposta de uso eles se equivalem, pois o T6 busca um comprador mais familiar que o do 2008, com o Duster no meio do caminho. Em porte, a diferença entre o maior (JAC) e o menor (Peugeot) chega a 31 centímetros no comprimento, enquanto a distância entre eixos do Renault supera em 13 cm a do Peugeot.
Alguma proximidade pode ser vista em potência: a faixa de 148 a 173 cv (com álcool) ou 143 a 165 cv (com gasolina) faz dessas opções as mais potentes que se pode comprar na faixa de preço. Como vimos, eles obtêm tais valores de diferentes formas, com turbo e injeção direta no 2008 e com maior cilindrada nos outros dois, sendo todos flexíveis em combustível e dotados de quatro válvulas por cilindro.
O que realmente os coloca no mesmo leque de opções é o preço. Com câmbio manual o Duster Dynamique 2,0 parte de R$ 73 mil, ante R$ 79.590 do 2008 Griffe THP e R$ 70 mil do T6. Opcionais levavam o Renault a R$ 77.040 (incluindo o câmbio automático) e o JAC a R$ 76 mil, enquanto o Peugeot não oferece mais opções (salvo pelas pinturas especiais, que não entram no cálculo). Assim, do mais barato ao mais caro o valor sobe menos de 5% nas condições em que foram avaliados..
Por que o câmbio diferente no Duster? Nossa ideia original ao solicitá-lo ao fabricante era a comparação ao 2008 aspirado, ao Honda HR-V e ao Jeep Renegade, todos com caixa automática e preço ao redor de R$ 80 mil. Contudo, nem a Peugeot pôde emprestar a versão desejada, nem a Jeep, que cedeu um carro cerca de R$ 30 mil mais caro, o qual confrontamos apenas ao HR-V em comparativo anterior. A pauta teve de ser revista e assim optamos por incluir o T6, que só vem ao Brasil com caixa manual.
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