Espaço interno e a conveniência do banco traseiro corrediço, que pode ser ajustado para
dar mais espaço às pernas ou à bagagem, são bons argumentos que o Fox conserva
É também ali que aparecem as mensagens do sistema Eco Comfort, que avisam para não acelerar com o carro parado ou fechar janelas com o ar-condicionado ligado, entre outros (cada tipo de alerta pode ser ou não ativado). A VW incluiu ainda um mostrador da marcha em uso que sugere reduções e mudanças para cima (até mesmo “pulando” marchas) de forma inteligente: nota-se que ele aprova o uso do método carga, com acelerador bem aberto em baixa rotação, assim como recomenda subir marcha tão logo o giro aumente com pouca pressão do pé direito. Um aliado da economia, sem dúvida. De “pé embaixo” o indicador se acende a 6.000 rpm.
A esse bom recurso aliam-se outros, como controle elétrico dos vidros com temporizador e abertura/fechamento a distância (difícil entender por que só os dianteiros têm função um-toque, já que existe sensor antiesmagamento nos quatro para permitir o fechamento geral), alarme com ultrassom, bons faróis de duplo refletor, repetidores de luzes de direção nos retrovisores, faróis e luz traseira de neblina, rádio/toca-CDs/MP3 com diversas conexões (USB, auxiliar, para cartão SD e interface Bluetooth para telefone celular), para-sóis com espelhos iluminados, indicador de temperatura externa, porta-garrafas nas quatro portas e três encostos de cabeça no banco traseiro (falta o cinto de três pontos para o passageiro central).
A VW também aprimorou detalhes nos últimos anos, como os comandos de ar-condicionado, cujas luzes indicadoras mal podiam ser vistas durante o dia; a iluminação dos instrumentos, antes em azul e vermelho (sem o devido contraste ao fundo preto) e agora permanente em branco; e os sensores de estacionamento na traseira, pois hoje o painel do rádio indica a posição dos obstáculos. Alteração discutível foi a dos comandos de faróis, que passaram da alavanca de luzes de direção para o painel — há quem ache o arranjo anterior mais prático.
Os bancos acomodam bem, mas o de trás deveria ser bipartido; no quadro de
instrumentos, iluminação permanente e o prático repetidor digital do velocímetro
O que poderia estar na lista para as próximas melhorias? Mais espaço para objetos no console central, faixa degradê no para-brisa e uma maçaneta para a quinta porta, que só pode ser aberta com a chave ou pelo controle remoto (ativo apenas com a chave fora do miolo de ignição). Outras falhas bem conhecidas do Fox talvez tenham de esperar sua próxima geração. É o caso dos pedais deslocados à direita, que tornam menos cômoda uma posição de dirigir que no restante agrada — há até regulagens do volante em altura e distância, item não comum na classe. Ou das colunas dianteiras avançadas e muito largas em sua base, que prejudicam a visibilidade, ou ainda do limpador de para-brisa, cuja palheta direita termina seu curso bem no centro do campo visual do motorista.
O mostrador sugere mudanças de marcha para cima de forma inteligente: nota-se que ele aprova o uso de acelerador bem aberto em baixa rotação
Em contrapartida, o espaço interno é dos mais amplos entre nossos carros pequenos (restrito apenas em largura atrás, como esperado) e o banco traseiro com ajuste longitudinal representa conveniência, pois se pode privilegiar a acomodação das pernas dos passageiros no dia a dia e, quando for viajar, avançar o assento a fim de ganhar espaço para bagagem. A capacidade varia entre 260 e 353 litros conforme a posição do banco; no entanto, este é inteiriço e impede o rebatimento de apenas 1/3 ou 2/3.
Os preços sugeridos do Fox BlueMotion partem de R$ 32.590 com três portas e R$ 34.090 com cinco, em torno de 2% a mais que no 1,0-litro de quatro cilindros. Os equipamentos de série passam por direção assistida, computador de bordo, bolsas infláveis frontais, freios com sistema antitravamento (ABS), banco do motorista com regulagem de altura, chave tipo canivete, conta-giros, para-sóis com espelho e desembaçador, lavador e limpador do vidro traseiro.
Alertas para manutenção, para excesso de velocidade e para ações que não favorecem
o consumo podem ser configurados; novo rádio mostra proximidade de obstáculos
Opcionais são muitos e levam aqueles preços às alturas. O cinco-portas avaliado vinha com os pacotes I-Trend BlueMotion (faróis de duplo refletor, repetidores de luzes de direção, para-sóis iluminados, o rádio citado), Conforto Completo (ar-condicionado, controle elétrico dos vidros, travas e retrovisores, comando a distância de travamento, alarme e luzes de leitura, entre outros), Funcional II (banco traseiro corrediço com três encostos de cabeça, volante ajustável), faróis e lanterna de neblina, sensores de estacionamento traseiros e pintura metálica.
Tudo somado, chega-se a R$ 43.013, preço alto demais para um carro de 1,0 litro sem qualquer luxo e com 10 anos de produção. Mesmo retirando a pintura especial, na faixa de valor do Fox encontram-se modelos mais modernos com conteúdo similar e motorização superior, como o Citroën C3 Origine de 1,45 litro (que acrescenta bancos de couro, mas não vem com rádio, e custa R$ 40 mil), o Ford Fiesta SE de 1,5 litro (que vem ainda com rodas de alumínio e fixação Isofix para cadeiras infantis por R$ 42.490) e o Peugeot 208 Active Pack de 1,45 litro (com rodas e navegador em tela tátil por R$ 43 mil).
O Dia a Dia com a nova versão do Fox não deixou dúvidas: o motor de três cilindros da VW é bom o bastante para substituir o quatro-cilindros e motorizar com grandes qualidades toda a família de 1,0 litro — do futuro Up ao Fox, passando por Gol e Voyage. Chega a fazer qualquer pessoa rever a objeção adquirida durante anos, e com razão, aos carros dessa cilindrada. Quanto ao automóvel que ele equipa, é ainda um bom produto, mas deveria custar menos para se manter competitivo em um segmento em rápida renovação.
Ficha técnica
Motor | |
Posição | transversal |
Cilindros | 3 em linha |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo |
Diâmetro e curso | 74,5 x 76,4 mm |
Cilindrada | 999 cm3 |
Taxa de compressão | 11,5:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial |
Potência máxima (gas./álc.) | 75/82 cv a 6.250 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 9,7/10,4 m.kgf da 3.000 rpm |
Transmissão | |
Tipo de câmbio e marchas | manual / 5 |
Tração | dianteira |
Freios | |
Dianteiros | a disco ventilado |
Traseiros | a tambor |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção | |
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | eletro-hidráulica |
Suspensão | |
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal |
Rodas | |
Dimensões | 5 x 14 pol |
Pneus | 175/70 R 14 |
Dimensões | |
Comprimento | 3,823 m |
Largura | 1,657 m |
Altura | 1,545 m |
Entre-eixos | 2,465 m |
Capacidades e peso | |
Tanque de combustível | 50 l |
Compartimento de bagagem | 260 a 353 l (conforme ajuste do banco) |
Peso em ordem de marcha | 993 kg |
Desempenho | |
Velocidade máxima (gas./álc.) | 166/167 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h (gas./álc.) | 13,5/13,2 s |
Consumo em cidade | 12,7/8,8 km/l |
Consumo em rodovia | 14,7/9,9 km/l |
Dados do fabricante; consumo conforme Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular |