O Golf Plus aparecia como opção mais alta e prática que o hatch, sem chegar
a ser uma minivan; a Variant seguia as linhas do Jetta na parte frontal
Fabricado em Puebla, no México, o Jetta oferecia também a versão GLI com o turbo de 2,0 litros e 200 cv do Golf GTI e caixa DSG de seis marchas. Dessa vez o mesmo nome era usado na Europa; por outro lado, outros mercados o recebiam com diferentes nomes (leia quadro na página 6). Durante o modelo 2006 foi vendido nos EUA o Jetta TDI com um 1,9 turbodiesel de 100 cv — normas mais restritas de emissões levaram a seu cancelamento para o ano seguinte, até que adequações fossem providenciadas.
Pouco mais que um hatch, sem chegar a ser uma minivan: assim se situava o Golf Plus, lançado ainda em 2004 no Salão de Bolonha, na Itália. A começar pela altura de 1,58 metro, ele ficava a meio caminho entre o Golf (1,48 m) e a Touran, minivan da linha (1,63 m). O estilo lembrava bastante o do hatch, mas toda a carroceria era distinta. O banco traseiro tinha ajuste longitudinal. O Plus oferecia quatro motores de 75 a 150 cv.
Imponente com as saídas de escapamento centrais, o R32 ganhava 9 cv na
nova geração e, com o DSG, podia chegar a 100 km/h em 6,2 segundos
Somar compressor e turbo no mesmo motor era algo quase inédito na história do automóvel — houve o Lancia 037 do Grupo B de rali em 1986 —, mas era a solução da VW em 2005 para o Golf GT com o motor Twincharger de 1,4 litro. O foco era a economia, mas ele surpreendia também pela potência e torque: 170 cv e 24,4 m.kgf, estes de 1.750 a 4.500 rpm. Acelerava de 0 a 100 em 7,9 segundos e atingia 220 km/h. O R32 aparecia reformulado no mesmo ano, com 250 cv e o mesmo torque de 32,6 m.kgf no VR6 de 3,2 litros. Cumpria o 0-100 em 6,5 segundos com câmbio manual e 6,2 s com o DSG, sempre com tração integral e rodas de 18 pol.
Considerado pela VW como sexta geração,
o modelo reestilizado com formas mais angulosas
buscou parentesco ao esportivo Scirocco
De olho na tendência aventureira, a VW anunciava em setembro de 2006 uma versão fora de estrada do Golf Plus. O Cross Golf vinha com maior altura de rodagem, rodas especiais e adereços estéticos como para-choques que simulavam protetores, saias laterais e barras de teto. Os motores eram os mesmos do Plus com opção de tração integral. A Golf Variant demorou a ser renovada: vinha no Salão de Genebra em março de 2007, com o mesmo visual dianteiro do Jetta (nos EUA era vendida como Jetta Sportwagen) e lanternas traseiras bastante envolventes. Um amplo teto solar era oferecido.
Entre as edições especiais dessa geração merece destaque o GTI Edition 30, que celebrava os 30 anos do esportivo em 1996. Foram 2.280 exemplares com o motor 2,0-litros turbo modificado para 230 cv, suficientes para 245 km/h e 0-100 em 6,6 segundos com câmbio DSG (o manual também estava disponível). Novos defletores e saias laterais, rodas BBS de 18 pol e bancos de tecido ou couro compunham a série. Com a mesma potência, o GTI Pirelli de 2007 reeditava a parceria de 1983 com o fabricante de pneus. Trazia rodas de 18 pol (com pneus 225/40), cujos raios correspondiam à letra “P” do logotipo da Pirelli, e revestimento interno que lembrava a banda de rodagem de um pneu.
A série Edition 30 celebrava o aniversário do GTI com 230 cv e rodas de 18 pol;
outra edição, a Pirelli (embaixo), reprisava a parceria da primeira geração
Nos EUA, GTI e Jetta GLI recebiam no mesmo ano a série Fahrenheit, com rodas 18, bancos de couro, teto solar e detalhes em laranja (GTI) ou amarelo (Jetta), únicas cores da carroceria. O motor era o turbo de 200 cv. Houve ainda as edições 50 Jahre Rock e Lifestyle em 2004, Speed no ano seguinte, Goal e Tour em 2006 e Edition em 2008, todas para o hatch, além dos Jettas United, Wolfsburg (ambos em 2007), Freestyle e TDI Cup Street (2010). O Golf V não chegou a ter versão conversível, mas sua plataforma serviu de base a um modelo com nome e desenho próprios, o Eos, lançado em 2006 com teto rígido retrátil.
Ganhos em eficiência
O Golf passava por outra reformulação para o Salão de Paris de 2008. Embora considerado pela VW como sexta geração, o modelo de código Tipo 5K era reestilizado a partir do quinto com formas mais angulosas aplicadas pelo projetista Walter de Silva, que buscou parentesco ao esportivo Scirocco. No interior havia inspiração no painel e no acabamento do Passat CC. Novos recursos incluíam controlador da distância à frente do carro, controle eletrônico da suspensão, auxílio ao estacionamento (esterçava o volante nas manobras, bastando ao motorista acelerar e frear) e bolsa inflável para os joelhos do motorista.
Os motores a gasolina iniciais eram de 1,4 litro (80 cv e 13,5 m.kgf), 1,6 litro (102 cv e 15,1 m.kgf), 1,4 litro com turbo (122 cv e 20,4 m.kgf) e o mesmo com turbo e compressor (160 cv e 24,5 m.kgf). O turbo de 1,2 litro com 86 cv/16,3 m.kgf ou 105 cv/17,8 m.kgf vinha depois. A linha a diesel trazia novos motores 1,6 (105 cv e 25,5 m.kgf) e 2,0-litros com 110 cv/25,5 m.kgf ou 140 cv/32,6 m.kgf. Para os EUA, onde o nome Golf era retomado, as únicas opções eram o cinco-cilindros de 2,5 litros (170 cv e 24,5 m.kgf) e o turbodiesel de 2,0 litros. Em nome da redução de consumo e das emissões de gás carbônico (CO2), o câmbio DSG substituía os antigos automáticos e podia ter sete marchas nos motores a gasolina de até 1,4 litro.
Interior mais refinado e novos recursos de conforto e segurança vinham no
Golf VI, que era na verdade uma reestilização sobre o quinto modelo
Um dos objetivos do reprojeto do Golf foi reduzir os custos de produção, tanto por meio de eficiência no processo de fabricação quanto pela simplificação do carro. Caso típico foi o retorno à suspensão traseira por eixo de torção — usada até a quarta geração — nas versões de menor potência, mantendo a multibraço para as de desempenho superior. Por outro lado, o interior mostrava materiais de qualidade superior ao do modelo substituído.
O Golf Plus era renovado em dezembro no Salão de Bolonha, tornando-se parecido com o novo hatch. Seis meses depois de mostrada como conceito, a versão GTI definitiva aparecia no Salão de Genebra em março de 2009. O motor turbo de 2,0 litros passava a 210 cv e 28,5 m.kgf, para acelerar de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos e alcançar 240 km/h. Tinha caixas manual e DSG com seis marchas, suspensão mais baixa, opção de controle eletrônico de amortecimento com três modos de uso (normal, confortável e esportivo), freios mais potentes e diferencial autobloqueante eletrônico.
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Os conceitos
A linha Golf serviu de base para diversos estudos da Volkswagen, boa parte deles com soluções para reduzir emissões poluentes e de gás carbônico. O IRVW 3 de 1985 era um Jetta comum por fora, mas trazia recursos técnicos avançados: motor turbo de 1,8 litro com 180 cv, suspensão com molas pneumáticas e rebaixamento em alta velocidade, controle de tração, navegador. A VW anunciava 0-100 em 7,1 segundos e máxima de 218 km/h, marcas de respeito ainda hoje.
O Öko-Golf, de 1989, aplicava ao hatch da segunda geração um motor a diesel de 60 cv, sistema automático de roda-livre e redução de peso. O Golf Hybrid TDI de 1995 — já do terceiro modelo — combinava um motor a diesel de 90 cv a um elétrico de 26 cv. A bateria era de níquel-hidreto metálico.
O desenho do Bora era previsto no Salão de Detroit de 1997 pelo conceito CJ, na época recebido como potencial sucessor para o esportivo Corrado. À parte as duas portas, a semelhança de estilo desse cupê com o sedã que seria lançado um ano depois era tal, que ele provavelmente apareceu apenas para avaliar a aceitação do público a um Jetta bem menos conservador que os das três primeiras gerações.
Um Bora recebeu em 2000 a tecnologia de pilha a combustível, que usa hidrogênio para alimentar um motor elétrico. A versão Hy-Motion tinha potência de 75 kW (102 cv) e um tanque de hidrogênio de 50 litros, suficiente para autonomia de 350 km. Fazia de 0 a 100 km/h em 12,6 segundos e alcançava 140 km/h. Em 2003 era a vez do Bora Hybrid TDI, com motor a diesel de 75 cv e um elétrico de 34 cv; versão similar do Golf vinha no ano seguinte.
Para o evento de Wörthersee, Áustria, de 2007 a VW preparou um ousado conceito, o GTI W12 650. O nome dizia tudo: um Golf GTI de quinta geração recebeu o motor de 12 cilindros em “W” e 6,0 litros do sedã Phaeton, só que com dois turbos para chegar a 650 cv. Instalado atrás dos bancos dianteiros, enviava seu torque de 73,2 m.kgf às rodas traseiras por meio de uma caixa automática de seis marchas. Mais potente que um Lamborghini Murciélago, anunciava 0-100 km/h em 3,7 s e máxima de 325 km/h. Apenas portas, capô, faróis e lanternas do Golf foram mantidos. As colunas traseiras admitiam ar para refrigeração do motor e o teto de fibra de carbono servia de difusor aerodinâmico, o que dispensava um aerofólio traseiro.
Em resposta a um programa do governo alemão para veículos elétricos, a sexta geração originava em 2008 o Golf Twin Drive. O híbrido, que podia ser conectado a fonte externa de energia, associava um motor elétrico a outro a gasolina para obter 176 cv e consumo médio de 40 km/l. Só com o elétrico ele rodava até 50 km. Do mesmo ano é o Golf TDI Hybrid, que combinava um compacto três-cilindros turbodiesel de 75 cv a um motor elétrico de 27 cv, com câmbio DSG de sete marchas.
A história CJ/Bora repetia-se no Salão de Detroit de 2010 com o New Concept Coupe, um elegante cupê que antecipava em grande parte o estilo do Jetta a ser lançado. A mecânica era híbrida com motor 1,4 turbo a gasolina associado a um elétrico e câmbio DSG de sete marchas. Mostrado no mesmo ano, o Golf Blue E-Motion elétrico tinha potência contínua de 69 cv, que podia chegar a 115 cv, e torque de 27,6 m.kgf. As baterias de íon de lítio davam autonomia de 150 km. A regeneração de energia podia ser ajustada para acentuar a recarga das baterias nas frenagens.
Em Wörthersee em 2011 a VW anunciava o Design Vision GTI, que propunha uma versão mais avançada e esportiva para o Golf. Com formas mais musculosas e seção traseira da carroceria destacada nas laterais, o hatch ganhava motor V6 de 3,0 litros com dois turbos, 503 cv e 57 m.kgf. Tração integral, câmbio DSG e rodas de 20 pol faziam parte do carro, capaz de acelerar de 0 a 100 em 3,9 segundos.
O GTI Roadster Vision Gran Turismo causou sensação em Wörthersee em 2014. Idealizado para o jogo Gran Turismo 6 do Sony Play Station 3, o carro tinha motor V6 de 3,0 litros com dois turbos e 503 cv, câmbio DSG de sete marchas e tração integral. As rodas eram de 20 pol, e a estrutura da cabine, de fibra de carbono. A VW anunciava 3,5 segundos para 0-100 e máxima de 310 km/h.
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