Com o mesmo motor e preços próximos, os cupês Peugeot RCZ e Mini Cooper S revelam personalidades bem diferentes
Texto e fotos: Fabrício Samahá
O chamado segmento premium, ou de luxo, do mercado brasileiro vem crescendo a olhos vistos nos últimos anos e fazendo a alegria de marcas especializadas em carros de mais de R$ 100 mil. Um dos efeitos dessa ascensão é que mais fabricantes passam a oferecer modelos nessa faixa, muitas vezes voltados a categorias de nicho — aquelas que representam pouco em volume, mas são bastante expressivas em lucro por unidade.
Isso trouxe de volta um tipo de carro que andava quase desaparecido por aqui: o cupê, que pela definição clássica e mais aceita — sujeita a controvérsias, é verdade — tem duas portas, três volumes, perfil de teto mais esportivo que o de um sedã típico e no máximo quatro lugares. É o caso de dois modelos lançados há pouco no Brasil por marcas europeias, na mesma faixa de preço e com duas versões de igual motor: o Mini Coupe Cooper S e o Peugeot RCZ.
A habitual análise pelos quatro “Ps” aponta algumas diferenças. Em porte o RCZ é um tanto maior, pois mede 55 centímetros a mais em comprimento e 15 cm adicionais em distância entre eixos; isso lhe permite oferecer um banco traseiro para duas crianças ou adultos em curtos trajetos, o que esse Mini deixa de fora.
Mini Coupe Cooper S |
Peugeot RCZ |
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3,73 m | 184 cv | R$ 139.950 | 4,28 m | 165 cv | R$ 130.990 |
Preços públicos sugeridos, em reais, para os carros avaliados, com possíveis opcionais |
A proposta de uso, por esse fator, pode ser um pouco diversa: o Peugeot está apto a levar uma pequena família, e o concorrente, não. De resto eles se destinam aos mesmos tipos de utilização, com foco no público jovem, em solteiros ou casais sem filhos, que buscam acima de tudo estilo diferenciado e atraente, alto desempenho e comportamento esportivo sem abrir mão de certa comodidade.
Os dois outros “Ps” são os que colocam esses modelos em competição mais direta. A potência do Mini, 184 cv, está 19 cv acima da obtida pelo RCZ com o mesmo motor básico, um quatro-cilindros de 1,6 litro com turbocompressor e injeção direta de gasolina, desenvolvido em cooperação entre os dois grupos. Há semelhanças ainda na caixa de câmbio automática de seis marchas e na tração dianteira. Por fim, os preços estão próximos: arredondados R$ 140 mil o Cooper S e R$ 131 mil o RCZ, ambos sem oferta de opcionais.
Quem precisa levar alguém no compacto banco traseiro só pode ficar com o Peugeot, mas acreditamos que a maioria dos interessados nesses cupês não tenha essa finalidade em vista. Para todos esses, o que importa é qual oferece mais prazer ao volante — uma dúvida que vamos tentar esclarecer nas páginas seguintes.
Próxima parte