O sedã Vento substituía o Jetta (nome mantido em outros mercados) e vinha
só com quatro portas; no Golf Ecomatic o motor desligava-se nas paradas
Vento era o nome do sedã de terceira geração, lançado em 1992, embora continuasse Jetta em mercados fora da Europa. Sempre com estilo tradicional, usava mais uma vez faróis retangulares, vinha só com quatro portas — havia pouca aceitação pelo de duas no modelo anterior — e chegava a 4,38 m de comprimento com o mesmo entre-eixos do hatch. Como até as portas traseiras eram mantidas, não havia como esconder que um porta-malas volumoso havia sido acrescentado ao Golf. Os vários motores incluíam o VR6.
Nos EUA, onde as vendas de hatch e sedã começavam só em 1993 com carros importados do México, o GTI VR6 era anunciado pela Motor Trend como um retorno às origens: “O GTI está de volta em grande estilo. O VR6 fornece potência formidável associada a uma elasticidade excepcional, com 80% do torque máximo entre 2.000 e 6.000 rpm. De 3.000 giros até o limite de 6.600, o VR6 gira suave e forte. Para apreciar sua essência leve-o a uma estrada-serpentina deserta, onde esse tração-dianteira muito capaz vai contornar as curvas com a graça e o equilíbrio de uma dançarina de balé”.
A perua Variant estava disponível pela primeira vez; a edição 20 Jahre,
com rodas de 16 pol e tecido xadrez, comemorava os 20 anos do GTI
Uma versão mais potente do VR6 com 2,9 litros, 193 cv e 25 m.kgf era empregada no Golf Syncro de tração integral em 1993. Outra novidade do ano era o Golf TDI com motor turbodiesel de injeção direta, 90 cv e 20,6 m.kgf. Em agosto chegava o novo conversível, enfim atualizado com o hatch, e em setembro a perua Golf Variant, de linhas sóbrias e funcionais — a primeira derivação desse tipo para o modelo. O motor 1,6 a gasolina era substituído em 1994 por um novo com 100 cv e 14,3 m.kgf, que trazia aumento de 20 km/h na velocidade máxima.
Depois que o Golf III deu lugar ao IV,
o Cabriolet passou por uma remodelação em
1998 para se assemelhar ao novo hatch
Outra opção era o Golf Ecomatic, com câmbio manual associado a embreagem automática, motor a diesel de 1,9 litro e 64 cv e sistemas automáticos de roda-livre (a embreagem desacoplava ao se deixar de acelerar) e parada/partida do motor. Apesar do baixo consumo de 18,2 km/l, a versão não teve êxito e durou só um ano. Na linha 1996 o TDI 1,9 ganhava potência, chegando a 112 cv e 24 m.kgf.
Como de hábito, edições limitadas foram oferecidas. Os 20 anos do GTI foram celebrados em 1996 com a série 20 Jahre, com rodas raiadas BBS de 16 pol, pneus 215/40 e pinças de freio vermelhas. O interior vinha com bancos em tecido xadrez, cintos vermelhos e, claro, pomo de câmbio em forma de bola de golfe. Tanto o motor de oito válvulas quanto o de 16 estavam disponíveis ao lado do turbodiesel de 110 cv do GTD — combinação que fazia sentido na Europa com seus altos preços de combustíveis.
O Cabriolet era reestilizado em 1998 para se parecer ao Golf IV e seguir
em produção por mais quatro anos; à direita, o colorido Harlekin
O elétrico City Stromer, agora em série de 250 unidades (a maior parte para atender ao governo alemão), continuava com a baixa autonomia de 50 km. A edição Colour Concept de 1993 vinha com a cor externa aplicada aos bancos de couro e a detalhes nas portas e no console. Mais chamativo era o Golf Harlequin, que começou como brincadeira para salões e ganhou produção de 264 exemplares em 1996: capô, para-lamas, portas dianteiras, traseiras e teto vinham em diferentes cores entre as quatro disponíveis.
Outra série, a Driver, combinava o visual do GTI ao motor 1,8 com injeção. A Wolfsburg Edition foi oferecida para o Golf e o Jetta nos EUA, com rodas especiais, teto solar, bancos em dois tons e motor de 2,0 litros e oito válvulas. Em alusão a bandas de rock a VW lançou os Golfs Pink Floyd (1994), Rolling Stones (1995) e Bon Jovi (1996). Houve ainda as séries Avenue, Europe, Kid, Movie, New Orleans, Savoy e Special do hatch e Generation e Joker para o conversível.
Depois que o Golf III deu lugar ao IV, o Cabriolet passou por uma remodelação — em março de 1998 — para se assemelhar ao novo hatch, com frente e traseira modificadas. Faróis, retrovisores e até o volante eram os do novo Golf, mas a antiga carroceria ficava à mostra nas linhas da traseira (apesar da mudança da placa de licença para o para-choque) e do painel. Sua produção se estenderia até 2002, encerrada pela Last Edition.
Os elaborados faróis demonstram como o Golf estava mais sofisticado
na quarta geração, com soldas a laser, navegador e ajuste elétrico de bancos
Comodidades de carro grande
No acirrado mercado europeu, o carro de seis anos já estava envelhecido. Opel e Citroën preparavam os novos Astra e Xsara e já havia os jovens Peugeot 306 e Renault Mégane. O sucessor do Escort, o Focus, estava em desenvolvimento. Assim, em agosto de 1997 a VW lançava a quarta geração do Golf (Tipo 1J), baseada na mesma plataforma que servira no ano anterior ao Audi A3. As linhas continuavam robustas, funcionais e duradouras, mas cada vez mais suaves e elegantes. Os faróis usavam superfície complexa e os pneus cresciam bastante.
A carroceria galvanizada oferecia 12 anos de garantia contra corrosão e adotava soldas a laser. Havia opção de bolsas infláveis laterais em complemento às frontais, de série. A VW destacava a oferta de equipamentos “antes reservados a carros grandes”, como faróis com lâmpadas de xenônio e navegação por GPS. Outros recursos eram limpador de para-brisa automático, retrovisor interno fotocrômico, ajuste elétrico dos bancos dianteiros com memória e teto solar com controle elétrico. As dimensões cresciam para 4,15 m de comprimento e 2,51 m entre eixos, com peso a partir de 1.050 kg.
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Com outros nomes
Assim como os Estados Unidos (leia boxe na página 2), o México recebeu o Golf I com outra denominação: Caribe. Ele apareceu por lá em 1977 com motor 1,6 e cinco portas, mas logo ganhou a versão de cinco. Faróis retangulares seguiam a versão dos EUA em 1980; quatro anos depois surgia o Caribe GT, similar ao Rabbit GTI, mas com motor 1,8 a carburador. O Golf II feito na fábrica local de Puebla substituía o modelo inicial em 1987.
A quinta geração do modelo relançou o nome Rabbit nos EUA e no Canadá, com o detalhe de que o esportivo era vendido apenas como GTI, sem qualquer prefixo. Quando a designação Golf foi retomada por lá no sexto modelo, em 2009, o GTI continuou com identificação própria nos EUA, mas voltou a ser um Golf para os canadenses.
O Jetta também usou diferentes identidades. A primeira geração chamava-se Atlantic no México e foi renomeada Fox na África do Sul depois do lançamento do segundo modelo (a VW usou esse nome em três modelos, portanto, sendo os outros o Voyage brasileiro exportado para os EUA e o Canadá, nos anos 80 e 90, e o hatch que temos no Brasil desde 2003; houve ainda o Audi Fox, o 80 vendido nos EUA).
Na quarta geração, o Bora manteve o nome Jetta nos EUA e no México. Ao passar por uma reestilização, em 2007, tornou-se Clásico para os mexicanos e City Jetta para os canadenses. Na quinta, embora fosse Jetta tanto nos EUA quanto na Europa, era chamado de Bora no México (para se diferenciar do antecessor), de Vento na Argentina e de Sagitar na China (onde também convivia com um Jetta anterior).
A variedade de nomes dos sedãs estendeu-se, em menor grau, às peruas. A derivada da quarta geração era chamada de Golf Variant na Europa e Jetta Variant para a América do Norte. Na quinta fase o nome europeu foi mantido, mas os EUA a receberam como Jetta Sportwagen, o Canadá como Golf Wagon, o Brasil como Jetta Variant e o México a chamou de Golf Sportwagen.
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