Desenho mais ousado e polêmico no Civic e mais tradicional no Jetta e no Corolla, com o Cruze no meio-termo; Toyota e Chevrolet terão novidades em breve
Concepção e estilo
Três dos modelos carregam nomes de longa tradição: esta é a décima-primeira geração do Corolla desde 1966, a décima do Civic desde 1972 e a sétima do Jetta desde 1979. O Cruze surgiu em 2008 e está na segunda geração. Dos modelos atuais o mais recente é o Volkswagen, lançado no ano passado no exterior, ante 2016 do Chevrolet, 2015 do Honda e 2013 do Toyota. Este último aguarda para os próximos meses a reformulação já apresentada lá fora, enquanto o Cruze terá leves alterações como no norte-americano.
Embora não seja o mais novo, o Civic revela o desenho mais ousado, com vincos acentuados, formato fastback mais evidente na traseira e até pontos polêmicos, como as lanternas traseiras que formam letras “C” quando acesas. Para alguns, é belo e moderno; para outros, é estranho e cansa rapidamente.
Formato fastback, com tampa e vidro traseiro na mesma linha, é mais acentuado no Civic; o Jetta deveria ter diferenciação mais clara sobre o Virtus
Assim, a combinação de linhas atuais e menos excessos do Cruze e do Jetta parece apta a agradar à maioria por mais tempo, com ressalva no Volkswagen à enorme semelhança de desenho com o “irmão” menor Virtus — chega a ser difícil distingui-los lado a lado sem ver a frente. Único a ter sido reestilizado na atual geração, o Corolla revela sua idade, apesar de manter um bom estilo e de receber anexos esportivos na versão XRS. O coeficiente aerodinâmico (Cx) é informado para apenas dois, que estão em empate técnico: 0,30 no Cruze e 0,299 no Jetta.
Conforto e conveniência
Os quatro interiores usam bons materiais, com alguns plásticos suaves e montagem em geral cuidadosa. No desenho o Corolla fica para trás com o painel retilíneo, que não casa com as portas, e itens ultrapassados como o relógio e alguns comandos. Ele e o Civic têm a melhor solução para os difusores de ar centrais, em posição alta, como deve ser para refrigeração — os do Jetta ficaram muito baixos, embora possam ser direcionados para cima a contento.
O interior em dois tons de cinza com bom efeito diferencia o Chevrolet no grupo, enquanto os demais recorrem ao preto. Apesar de os termos avaliado em datas diferentes, o revestimento sintético dos bancos do Volkswagen pareceu crítico em absorver calor e fazer as costas suarem.
Detalhes internos revelam a idade do Corolla; os quatro oferecem bancos confortáveis, com ajuste elétrico para o do motorista no Cruze e no Civic
O motorista dos quatro dispõe de banco bem desenhado, com regulagens elétricas no Civic e no Cruze e manuais nos outros, mas sem ajuste de apoio lombar — suporte que poderia ser mais acentuado no Chevrolet. No Corolla o volante deveria vir mais próximo. O Civic sugere uma posição esportiva, mais baixa, o que pode ser positivo para uns e inconveniente para outros.
Prático no Jetta é o controlador de distância à frente, enquanto o Cruze apenas monitora essa distância; os dois também fazem comutação automática dos faróis
O Jetta R-Line traz um ótimo quatro de instrumentos digital em tela de 12,3 polegadas, com leitura clara e muitas configurações: tamanhos variados dos mostradores, inúmeras funções para as indicações menores e mais ou menos espaço ao mapa de navegação, que pode até ocupar a tela inteira. Indica ainda temperatura do óleo lubrificante. O Civic usa velocímetro digital (que nos outros existe como repetidor) e mostra pressão de turbo, enquanto o Cruze tem voltímetro. O computador de bordo oferece três viagens de medição no Volkswagen, uma no Toyota e duas nos outros.
Instrumentos digitais em tela com várias opções (até mapa em toda a área) no Volkswagen; Honda usa módulos digitais e é único a mostrar pressão de turbo
É também do Jetta a maior tela na central de áudio — 8 pol ante 7 dos outros — e a única com entrada de cartão SD. O Corolla fica devendo integração a telefone celular pelos consagrados sistemas Android Auto e Apple Car Play: limita-se a um espelhamento por aplicativo próprio e menos funcional. A qualidade de áudio é muito boa nos quatro, mas as marcas japonesas impedem usar o aparelho com ignição desligada. Toyota e Volkswagen incluem toca-CDs. Os quatro têm navegador integrado.
Grande conveniência do Jetta é o controlador de distância ao tráfego à frente, que chega a reter a velocidade ao detectar veículo mais lento na faixa à esquerda — o motorista precisa confirmar a passagem pela direita, que é proibida em países como a Alemanha. Curiosamente o Tiguan, de mesma origem mexicana, não traz esse recurso. O Cruze monitora a distância adiante (que pode ser mostrada em segundos no painel) e alerta caso ela seja reduzida, mas não freia por si mesmo. Os dois também fazem comutação automática do facho dos faróis, baixando-o ao detectar veículo adiante ou no sentido oposto, e oferecem mostrador de pressão dos pneus.
Posição de dirigir mais esportiva no Civic; volante deveria vir mais perto no Corolla; espaço similar no banco traseiro, com acesso menos prático no Honda |
Outros detalhes a favor do Cruze são assistente para manter o carro na faixa de rolamento, carregador de celular por indução, limpador de para-brisa com braços em sentidos opostos e mostrador adaptativo da vida útil do óleo lubrificante, que varia conforme o modo de dirigir. O Civic é único na câmera Lane Watch sob o retrovisor direito, que mostra no painel uma ampla imagem das faixas daquele lado, de forma fixa ou quando se aciona a luz de direção direita. Ele e o Corolla têm rebatimento elétrico dos retrovisores.
Cruze e Civic trazem comando remoto para ligar o motor, útil para refrigerar a cabine mantendo o carro trancado. Teto solar com controle elétrico (maior no Jetta) e freio de estacionamento com comando elétrico equipam o Honda e o Volkswagen, mas só o primeiro inclui retenção automática em paradas. Todos têm alerta específico de qual porta está mal fechada, apoio de braço central na frente e atrás, câmera traseira de manobras, chave presencial para acesso e partida, faróis automáticos, para-sóis com espelhos iluminados e retrovisor interno fotocrômico.
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