As novidades da Fiat e da Volkswagen chamam o revisto Honda para um confronto: qual tem mais a oferecer?
Texto e fotos: Fabrício Samahá
Depois dos hatches, os sedãs. No ano passado, Fiat e Volkswagen foram protagonistas no segmento de compactos com o Argo e o novo Polo, que se enfrentaram — e aos oponentes Ford Fiesta e Peugeot 208 — em comparativo no Best Cars em dezembro. No começo de 2018 foi a vez dos sedãs derivados daqueles modelos, o Cronos pela marca italiana e o Virtus pela alemã, aos quais a japonesa Honda respondeu com atualizações no City. Estava formado mais um confronto entre sedãs de três idiomas.
São três concorrentes pelos quatro “Ps” que norteiam nossas comparações. Têm a mesma proposta de uso: sedãs de compactos para médios com espaço e desempenho suficientes para qualquer uso urbano e rodoviário. Em porte o Virtus e o City ficam um pouco acima, com 10 a 12 centímetros a mais em comprimento e 8 a 13 cm adicionais em distância entre eixos que o Cronos, com o City sempre no meio-termo.
Fiat Cronos Precision | Honda City EXL | Volkswagen Virtus Highline 200 TSI | ||
4,36 m | 4,46 m | 4,48 m | ||
1,75 litro | 1,5 litro | 1,0 litro, turbo | ||
135/139 cv | 115/116 cv | 116/128 cv | ||
R$ 80.520 | R$ 83.400 | R$ 84.790 | ||
Potência com gasolina/álcool; preços sugeridos para os carros avaliados, com possíveis opcionais |
As potências dos motores cobrem uma faixa de 115 a 135 cv com gasolina (116 a 139 cv com álcool) nas unidades de 1,0 litro com turbo do VW, 1,5 litro do Honda e 1,75 litro do Fiat. Embora o Virtus ofereça um 1,6 com 110/117 cv e o Cronos possa ter o 1,35 de 101/109 cv, as versões avaliadas são as que mais se aproximam em preço do City de topo de linha; além disso, o VW não dispõe de transmissão automática no 1,6.
Como avaliados, seus preços eram de R$ 80.520 o Cronos Precision, R$ 83.400 o City EXL e R$ 84.790 o Virtus Highline. Vale notar que Fiat e VW traziam a maior parte dos numerosos opcionais oferecidos, enquanto o Honda vem em pacote fechado. Com o mesmo conjunto motor-transmissão, podem-se ter o City desde a versão Personal (R$ 68.700) e o Virtus na Comfortline (R$ 73.490). Para o Cronos, o Precision custa R$ 70 mil sem opcionais.
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As três marcas conseguiram bons desenhos para esses sedãs compactos; a frente do Cronos difere da usada no Argo; a do City acaba de ser atualizada
Concepção e estilo
São carros diferentes na origem. O mais antigo City, lançado aqui em 2014, deriva do Fit de terceira geração e existe em outros mercados, em geral asiáticos. O Virtus nasceu de uma costela do Polo de sexta geração, que surgiu na Europa no ano passado, e ganhou o mercado brasileiro em primazia — embora tenha grande chance de aparecer em outros que gostam de sedãs desse porte, como o sul-africano. O Cronos, fabricado na Argentina, foi criado para o Brasil e outros países sul-americanos como o Argo que lhe serviu de base.
Diante das proporções pouco favoráveis de um sedã compacto, as três marcas conseguiram um bom trabalho de estilo, por meio de queda suave do vidro traseiro e tampa de porta-malas curta. O Virtus evidencia o fato de ser mais longo, talvez em excesso na traseira. O Cronos parece mais compacto, como realmente é, e causa controvérsia pelo desenho frontal. No meio do ciclo dessa geração, o City fica um pouco atrás em atualidade. Os vãos entre painéis de carroceria são pequenos e exatos nos três, algo em que o Cronos foge ao padrão da marca. Apenas o Virtus tem o coeficiente aerodinâmico (Cx) divulgado: 0,326.
Apenas o Honda também existe em mercados distantes do nosso; o VW deriva do Polo europeu e o Fiat vem de um hatch (Argo) que só existe na América do Sul
Conforto e conveniência
Os interiores mostram boa qualidade de montagem e apliques que valorizam a aparência, mas não são luxuosos em materiais: plásticos rígidos dominam o ambiente, com aspecto mais simples no caso do Virtus. Este usa revestimento de bancos em um tecido suave e agradável, algo raro no mercado atual; o City vem com couro e o Cronos pode receber material sintético que o imita (também disponível no Virtus). O Fiat agrada mais pelo desenho interno, retilíneo em excesso no VW e no Honda.
No Virtus com quadro de instrumentos digital, a tela colorida de alta resolução pode exibir mostradores e outras informações de diversas maneiras
Nos três, o motorista dispõe de banco bem desenhado e posição de dirigir adequada, além de regulagens do volante em altura e distância. O Cronos Precision usa um banco melhor que o da versão de 1,35 litro, com mais apoio lombar e desenho superior. O mesmo apoio parece algo excessivo no City.
Nosso Virtus trazia o quadro de instrumentos digital e configurável, opcional na versão. A tela de 12,3 polegadas, colorida e de alta resolução, pode apresentar os mostradores em tamanho normal ou reduzido e preencher a área central com várias informações, como computador de bordo e um elaborado mapa de navegação. Este pode tomar quase toda a tela, se desejado, e o miolo do velocímetro e do conta-giros também admite diversas informações. Tudo é selecionado por botões no volante.
Diferentes estilos internos, mas com boa posição do motorista em comum; o quadro de instrumentos digital é opção no Virtus
Há efeitos que agradam, como os dígitos ficarem maiores na região usada no momento (por exemplo, 120 km/h e 2.000 rpm). Ao desligar o motor, são mostradas informações do trajeto. A excelente visualização faz desse quadro um dos melhores digitais que já experimentamos.
No Cronos, a seção central digital também traz variedade de informações, incluindo repetidor do velocímetro e algumas ausentes do VW, como voltímetro, horas de funcionamento do motor e temperatura do óleo da transmissão. Os instrumentos em si são analógicos e bem legíveis, como os do City, cuja parte digital se resume a hodômetros e um computador de bordo simples. Todos indicam consumo em duas medições ou, no caso do Virtus, três — desde a partida, desde o abastecimento e desde que foi reiniciado.
Os sistemas de áudio usam telas de 8 pol no VW (opcional, sendo a de série de 6,5 pol) e 7 nos demais, sensíveis ao toque e montadas em boa posição para acionamento e leitura, e oferecem integração a celular por Android Auto e Apple Car Play e conexões USB (duas) e Bluetooth. Toca-CDs e entradas de cartão SD só existem no Virtus com o sistema opcional; ele e o City têm navegador integrado. Os principais comandos têm botões físicos no Honda e no Fiat; neste, os controles do volante ficam atrás dele, menos intuitivos.
Espaço traseiro, sobretudo para as pernas, é um ponto de vantagem para o Virtus
Curioso no VW é haver suporte de celular no topo do painel com tomada USB, que só recarrega a bateria, sem receber dados. Assim, caso se queira manter o telefone ali e conectá-lo por USB, o cabo ficará pendurado bem diante da tela. Na verdade, esse suporte parece uma boa ideia que chegou atrasada: faria mais sentido quando não havia integração a celular no sistema.
Os três carros estavam equipados com alerta para uso de cinto, ar-condicionado automático (de uma só zona), câmera traseira de manobras, comando a distância para abrir e fechar vidros, controlador de velocidade, controle elétrico de vidros com função um-toque para todos e temporizador, mostrador de temperatura externa e partida a frio sem tanque auxiliar de gasolina (Cronos e City têm preaquecimento de álcool, e o Virtus, injeção direta que o dispensa).
Entre os detalhes, sobressaem no Cronos alerta programável para excesso de velocidade, comando central de travamento das portas (acessível ao passageiro; o dos rivais fica na porta do motorista) e retrovisores externos com luz de cortesia (ilumina o piso ao chegar ao carro) e rebatimento automático (os do Honda rebatem por botão). O City tem a seu favor apoio de braço central atrás (só na frente nos rivais e baixo demais no Virtus), câmera traseira com três ângulos de visualização e maçanetas internas cromadas — mais fáceis de achar no escuro que as prateadas dos oponentes.
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Cronos: mostrador digital com muitas funções no quadro, monitor de pressão de pneus, tela de 7 pol para áudio e (como no Polo) retrovisor fotocrômico
No Virtus, destacam-se capô com duas travas (além da maior segurança, evitam movimento da peça em velocidade, o que permite montagem mais exata da carroceria), difusores de ar-condicionado para os passageiros de trás, para-sóis com espelhos iluminados, quatro luzes de leitura (o City depende da luz central para os passageiros de trás; o Cronos tem uma luz geral para eles) e sensores de estacionamento atrás (também no Fiat) e na frente.
Cronos e Virtus têm mais conveniências, como chave presencial, faróis automáticos e monitor de pressão dos pneus; os três dispõem de grande porta-malas
Cronos e Virtus têm ainda chave presencial para acesso ao interior e partida do motor, comandos por voz para áudio e telefone (também navegador no VW), indicador específico de qual porta está mal fechada (no City, só aviso geral), limpador de para-brisa e faróis com acionamento automático, monitor de pressão dos pneus (indireto), porta-óculos, retrovisor interno fotocrômico, tomada de 12 volts para o banco traseiro e destravamento do bocal do tanque pela trava central — no City deve-se acionar comando sob o painel. No Fiat e no Honda os vidros traseiros descem por inteiro.
City: painel simples, tela de 7 pol com navegador e rebatimento de espelhos; painel de toque para ajustar ar-condicionado não é boa solução
Há pontos melhoráveis. No Fiat o espaço para objetos do dia a dia é o mais limitado, os difusores de ar laterais recebem ar menos frio que os centrais, o controle de temperatura do ar-condicionado funcionava mal (com ajuste a 20,5°C em dia quente já passava a ar morno) e o pedal de acelerador, com curso excessivo, requer posição incômoda do pé para pisar até o fim. Além disso, a fábrica precisa aprender que não se usam cromados no painel: de acordo com a posição do Sol, os difusores de ar brilham nos olhos do motorista ou se refletem no campo visual dos retrovisores.
No Honda o controle elétrico de vidros segue o irritante padrão japonês (ao bloquear os comandos traseiros, inativam-se também os botões desses vidros para o motorista e o comando do passageiro ao lado), não há sensores de estacionamento ou assistente de saída em rampa (logo nele, que pelo tipo de transmissão recua facilmente ao arrancar em subidas), o controlador de velocidade poderia armar e desarmar o acelerador com mais suavidade e o painel de toque para ajustar o ar-condicionado é má ideia, pois requer mais tempo de atenção que botões físicos. No Volkswagen faltam alças de teto e faixa degradê no para-brisa. Os três poderiam ter limitador de velocidade.
Virtus: vários modos para o quadro digital configurável, tela de 8 pol, câmera traseira (como nos rivais), sensores de estacionamento na frente, para-sóis iluminados
O espaço nos bancos dianteiros é bom nos três carros. Atrás, o Virtus sobressai na acomodação das pernas (mais para sedã médio que para pequeno) e oferece largura um pouco maior, embora ainda não seja confortável para três adultos. Há equilíbrio entre os dois rivais. O espaço para cabeça, nos três, é bom para pessoas até a estatura média. Nenhum acomoda bem o passageiro central, mas o encosto do Cronos para ele é o pior.
Os três dispõem de grande capacidade de bagagem: 536 litros no Honda (incluindo o espaço sob o assoalho), 525 no Fiat e 521 no Volkswagen. As tampas usam braços convencionais, que podem amassar o conteúdo se não for reservado o devido espaço para eles, e podem ser abertas pelo controle remoto da chave. O Virtus ganhou maçaneta na tampa, que faz falta no Polo. Todos têm banco traseiro rebatível e bipartido, divisão que só inclui o assento no Cronos. O estepe do City é temporário, bem fino; os outros usam pneu de 15 pol, que se limita ao uso emergencial, pois os de rodagem são de 17 pol.
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Os três porta-malas levam mais de 500 litros e contam com banco bipartido; para o estepe, diferentes soluções
Equipamentos de série e opcionais
Cronos | City | Virtus | |
Ajuste de altura dos bancos mot./pas. | S/ND | S/ND | S/ND |
Ajuste de apoio lombar mot./pas. | ND | ND | ND |
Ajuste do volante em altura/distância | S/S | S/S | S/S |
Ajuste elétrico dos bancos mot./pas. | ND | ND | ND |
Ajuste elétrico dos retrovisores | S | S | S |
Alarme antifurto/controle a distância | S/S | S/S | S/S |
Aquecimento | S | S | S |
Ar-condicionado/controle automático/zonas | S/O/1 | S/S/1 | S/S/1 |
Bancos/volante revestidos em couro | O*/S | S/S | O*/S |
Bolsas infláveis laterais/cortinas/joelhos mot. | O/ND/ND | S/S/ND | S/ND/ND |
Caixa automática/automatizada | O/ND | S/ND | S/ND |
Câmera traseira para manobras | O | S | O |
Chave presencial para acesso/partida | O | ND | S |
Cintos de três pontos, todos os ocupantes | S | S | S |
Computador de bordo | S | S | S |
Conta-giros | S | S | S |
Controlador/limitador de velocidade | S/ND | S/ND | S/ND |
Controle de tração/estabilidade | S/S | S/S | S/S |
Controle elétrico dos vidros diant./tras. | S/S | S/S | S/S |
Controles de áudio no volante | S | S | S |
Direção assistida | S | S | S |
Encosto de cabeça, todos os ocupantes | S | S | S |
Faróis com lâmpadas de xenônio/leds | ND/ND | ND/S | ND/ND |
Faróis de neblina | S | S | S |
Faróis/limpador de para-brisa automático | O/O | ND | O/O |
Fixação Isofix para cadeira infantil | S | S | S |
Freios antitravamento (ABS) | S | S | S |
Interface Bluetooth/integração a celular | S/S | S/S | S/S |
Limpador/lavador do vidro traseiro | NA | NA | NA |
Luz traseira de neblina | ND | ND | ND |
Navegador por GPS | ND | S | O |
Rádio com toca-CDs/MP3 | ND/S | ND/S | O/S |
Repetidores laterais das luzes de direção | S | S | S |
Retrovisor interno fotocrômico | O | ND | O |
Rodas de alumínio | S | S | S |
Sensores de estacionamento diant./tras. | ND/S | ND | O/S |
Teto solar/comando elétrico | ND | ND | ND |
Travamento central das portas | S | S | S |
Convenções: S = de série; O = opcional; ND = não disponível; NA = não aplicável; *material sintético |
Desempenho e economia são melhores no Virtus, méritos do motor turbo com injeção direta e do baixo peso; a favor do City está a transmissão CVT
Mecânica, comportamento e segurança
A receita técnica do Virtus é bem diferente da usada nos rivais: um pequeno motor de três cilindros e 1,0 litro com turbocompressor e injeção direta, ante os quatro-cilindros aspirados com injeção multiponto do Cronos (de 1,75 litro) e do City (de 1,5 litro), todos com quatro válvulas por cilindro (leia mais). O Fiat alcança a maior potência: 135 cv com gasolina e 139 com álcool ante 116/128 cv do VW e 115/116 cv do Honda. Por outro lado, torque é território do Virtus: 20,4 m.kgf desde 2.000 rpm com qualquer combustível, contra 18,8/19,3 m.kgf a 3.750 rpm do Cronos (gasolina/álcool) e 15,3 m.kgf a 4.800 rpm do City.
Para o motorista, a vantagem do Virtus fica clara. A transmissão automática supera facilmente o leve retardo de ação do turbo e o três-cilindros logo oferece respostas ágeis, que o deixam muito agradável no uso urbano ou em subidas e retomadas de rodovia. Os rivais precisam de rotações bem mais altas para ganhar desenvoltura. Mais pesado dos três por boa margem, o Cronos anula o que oferece a mais em potência e torque em relação ao City.
Os três são suaves e silenciosos em uso moderado, mas quando mais exigidos surgem ruídos e aspereza no Fiat e no Honda. O VW mascara bem as oscilações típicas dos três-cilindros, que aparecem apenas em alta rotação e sem incomodar. Um ronco agradável de escapamento abaixo de 2.000 giros demonstra, sem demérito, que se trata dessa configuração.
Soluções técnicas mais modernas no motor do Volkswagen, que vence em torque, e menos no Fiat, de maiores cilindrada e potência
A combinação de alto torque desde baixa rotação e peso moderado garantiu ao Virtus o melhor desempenho nas medições do Best Cars, mas por pequena margem, como aceleração de 0 a 100 km/h em 10,7 segundos ante 11,3 s do City e 11,4 s do Cronos. O Fiat supera o Honda por pouco em retomadas, apesar dos 20 cv a mais — a favor deste último estão o menor peso do grupo e a eficiência da transmissão. Virtus e City são também os mais econômicos (veja os números e análise detalhada).
O três-cilindros turbo do Virtus oferece respostas ágeis, que o deixam muito agradável; mais pesado, o Cronos anula sua vantagem de potência sobre o City
Cronos e Virtus usam transmissão automática de seis marchas da japonesa Aisin, em oposição à caixa de variação contínua (CVT) do City. Este mantém rotação constante enquanto ganha velocidade suavemente, uma boa solução para seguir o tráfego sem pressa, mas não para andar rápido: quando se pisa mais ou mesmo tudo, o motor sobe de giros e emite um ruído constante e desagradável. Para fazê-lo variar de rotação existe a seleção manual entre sete “marchas”, na verdade pontos de parada do variador — a última delas, curiosamente, é mais curta que a relação mais longa possível do modo automático.
Entre os outros, o VW opera com menores rotações quase todo o tempo, uma calibração voltada à economia de combustível e permitida pelo torque generoso em baixa rotação. Seria bom, para obter freio-motor, que a caixa reduzisse (ou ao menos mantivesse) marcha ao cortar o acelerador, como faz a do Fiat. Para esse efeito o motorista precisa usar o modo esportivo (S). Esse programa está disponível também no City, mas usá-lo chega a ser inviável em rodovias: a 120 km/h, por exemplo, o giro não cai de 3.500 rpm. Os três oferecem comandos no volante para mudanças manuais. Nesse modo todos passam à marcha superior quando atingem o limite de rotações, mas o Honda não faz “reduções” ao se apertar o acelerador até o fim.
O Honda usa CVT, e os demais, caixa automática de seis marchas; seleção manual com comandos no volante está disponível nos três
Inconveniente no Virtus é a força de tração excessiva da caixa em marcha-lenta. Embora ela passe ao ponto-morto quando se mantém certa pressão no pedal de freio, ao aliviar tal esforço a primeira volta e o carro quer rodar. Para quem gosta de segurá-lo com o freio de estacionamento nas paradas do trânsito, é preciso fazer força na alavanca. É um provável efeito colateral de conversor de torque mais “preso”, adotado com fins de economia de combustível.
No Cronos o problema é outro, comum ao Argo: tanto o acelerador quanto a transmissão têm resposta lenta, como se precisassem de um segundo para interpretar o pedido do motorista pelo pedal. No uso urbano, a cada saída de cruzamento ou lombada o condutor pisa, o carro demora a reagir e então parece acelerar mais que o necessário. Chega a causar apreensão quando se conta com resposta rápida, como ao entrar rápido em uma via. Ao reduzir marchas manualmente a retomada melhora, mas não como esperado. Fiat, por favor, leve-o de volta para o time de calibração eletrônica.
Os três modelos mostram acerto apropriado de suspensão e contornam curvas muito bem, com bom controle de movimentos pelos amortecedores. Apesar dos pneus mais largos e de perfil mais baixo, nem Cronos (205/45 R 17) nem Virtus (205/50 R 17) são esportivos em comportamento, mantendo a tendência ao subesterço e um limite mais baixo que o esperado. Mesmo assim ficam à frente do City, com pneus mais modestos (185/55 R 16) e sem controle eletrônico de estabilidade e tração, aplicado ao “irmão menor” Fit.
Pneus largos e controle eletrônico favorecem a estabilidade do Cronos e do Virtus; apesar do perfil mais alto, o City não os supera na absorção de irregularidades
Em conforto de marcha o Virtus agrada um pouco mais. Os pneus contrariaram nossa expectativa: parecem mais macios que os de 16 pol do Polo de mesma versão avaliado antes — eram Dunlop Sport Blu Response no sedã e Giti Comfort 228 no hatch. Também suave, o Cronos mostra absorção eficaz de irregularidades pela suspensão, comum nos Fiats a partir de certo preço (não vale para Mobi e Uno), mas o exagero em perfil baixo nos pneus é percebido em algumas condições, como ruas de paralelepípedos.
No City, certo desconforto é causado pela suspensão, talvez os coxins — algo que parece inerente a carros de origem japonesa. No VW, maior controle de amortecimento na “queda” após lombadas seria bem-vindo. Os três mostram assistência de direção bem calibrada, que a deixa leve em manobras e precisa em velocidade. No Cronos poderia ser menor o esforço para curvas rápidas, talvez questão de geometria — não havíamos notado no Argo de mesma versão com rodas de 16 pol.
Os freios de todos estão bem dimensionados, com destaque ao Virtus por usar discos também na traseira (nos rivais há tambores). Outro recurso exclusivo dele, embora não considerado para a nota do item, é o sistema de frenagem pós-colisão (opcional): se houver acidente, o carro reduz sua velocidade para evitar que ocorra nova colisão após a perda de controle pelo motorista.
Faróis de leds em ambos os fachos são boa novidade nessa versão do City; faltam ao Cronos luzes diurnas; todos têm unidades de neblina
O City EXL 2018 ganhou faróis com leds para ambos os fachos, que obtêm resultado similar ao de lâmpadas de xenônio, com luz branca e intensa — superior aos dos concorrentes, que usam lâmpadas halógenas em refletores duplos. Há também no Honda luzes diurnas por leds, como no VW, mas não no Fiat: neste os leds são apenas luzes de posição, um erro estratégico da marca, pois requer acender faróis baixos em rodovia.
Todos têm faróis de neblina (sem a luz traseira de mesmo uso) e repetidores laterais das luzes de direção. No Virtus, ao esterçar o volante, acende-se o farol de neblina do lado correspondente para iluminar o trajeto. A visibilidade é adequada nos três, com colunas dianteiras de largura aceitável e retrovisores externos convexos — ótimos no Cronos pelas maiores dimensões.
Nas versões avaliadas, City e Virtus vêm de série com bolsas infláveis frontais e laterais dianteiras (estas um opcional aplicado ao Cronos do teste) e o Honda ainda traz cortinas infláveis. Os três têm encostos de cabeça e cintos de três pontos para todos os ocupantes e fixação Isofix para cadeira infantil.
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Leve e com alto torque, o Volkswagen foi superior em aceleração, retomada e consumo; o Honda equivale-se ao Fiat em desempenho e consome menos que ele
Desempenho e consumo
O Virtus foi o mais rápido em todas as provas de aceleração e retomada, mas por pequenas margens, com os rivais equilibrados. De 0 a 100 km/h com gasolina, por exemplo, ele cumpriu em 10,7 segundos ante 11,3 s do City e 11,4 s do Cronos. Interessante notar que, apesar de mais potente, o Fiat acelera junto com o Honda e o supera por pouco em retomadas, por ser o mais pesado, usar rodas e pneus maiores (mais massa para ser girada) e não ter a eficiente transmissão CVT do oponente.
Cabe lembrar que nossa pista fica à altitude média de 600 metros acima do nível do mar, o que favorece o motor turbo do VW por não perder potência com a menor pressão atmosférica (os modelos aspirados perdem cerca de 9% e não fazemos correção dos resultados para anular esse fator, como fazem os fabricantes).
Ao analisar o gráfico de aceleração acima, percebe-se que o City leva desvantagem nos primeiros 3 segundos (destacados), tanto no pico mais baixo de aceleração quanto na média. O comportamento é fruto da limitação da caixa CVT, com uma “primeira marcha” (a mais curta da relações) um tanto longa. Tanto que em modo manual a “primeira” termina por volta de 60 km/h, ante cerca de 40 km/h dos oponentes.
Ajudaria o Honda um conversor de torque mais “solto”, que permitisse saída com rotação maior de estol que 2.100 rpm. Nesse aspecto o Cronos é beneficiado, com 2.700 rpm contra 2.500 do Virtus. Por outro lado, o Honda é o único a manter o motor por boa parte da prova exatamente na rotação de maior potência (6.000 rpm). Acelerados a pleno, o VW faz a troca de marcha 700 rpm acima do pico de potência, o que mantém o motor mais “cheio” depois da mudança que o Fiat (250 rpm acima).
A vantagem da CVT aparece logo após os rivais passarem para a segunda marcha (entre 3 e 4 segundos), quando as rotações de trabalho se tornam parecidas. O City começa a “buscar” o Cronos e o Virtus assim que ambos engatam a terceira, entre 7 e 8 s, enquanto a CVT mantém a rotação constante. Dali em diante o Honda permanece em potência máxima o tempo todo, ao passo que os adversários ficam com a potência média gerada entre 4.000 e 6.000 rpm em valores redondos — e ainda perdem tempo durante as trocas de marchas. Fica claro que o City alcança ambos em velocidade de 8 s em diante (trecho em destaque acima).
Ao selecionar o modo manual na CVT do City, o motorista obtém uma emulação de sete marchas, pela qual o motor passa a variar de rotação perto de seu regime máximo (em números redondos vai a 6.000 rpm, cai a 5.000 e assim por diante), como se mudasse de marchas. O objetivo é agradar aos ouvidos e evitar o ruído constante e monótono do motor, mas o desempenho perde: nesse modo o 0-100 km/h sobe de 11,3 s para 11,8 s, enquanto o 0-120 km/h piora de 15,4 s para 16,4 s (quanto mais ciclos de variação de rotação ele promover, mais a diferença de tempo aumentará).
Apesar de seguirmos o critério de contar o tempo de retomada a partir do momento em que o veículo começa a acelerar, a análise do gráfico nos permite verificar o tempo de resposta ao acelerador de cada carro, desde que o pedal é pressionado a fundo. O City teve a resposta mais rápida durante a “redução de marcha”, por se tratar de simples variação de posição das polias.
Na retomada de 80 a 120 km/h, a estratégia adotada foi simular uma marcha fixa, o que pode agradar mais pelo ganho de rotação em função da velocidade, mas prejudica o desempenho — o carro seria mais rápido se mantivesse a rotação de potência máxima. Interessante notar que o Virtus tem o mesmo tempo de resposta do Cronos, mostrando que retardo de turbo é coisa do passado. Já na de 60 a 120 km/h (gráfico acima) o Honda ficou bem perto dos concorrentes, por escolher uma “marcha” intermediária entre a segunda e a terceira do VW e do Fiat, os quais precisam trocar de marcha durante a manobra.
Em consumo, Virtus e City brilharam sobre o concorrente. Ficaram empatados no trajeto urbano leve, o Honda foi melhor no urbano exigente e o VW venceu por margem importante (2 km/l) no rodoviário. Nessa condição, o motor turbo cheio de torque mantém-se firme a 120 km/h em sexta marcha nas subidas da rodovia que usamos (SP-70 Carvalho Pinto), enquanto o aspirado do City requer, com frequência, encurtamento de relação para elevar a rotação de 2.100 para cerca de 3.500 rpm, o que prejudica sua economia. No Cronos as condições mais críticas foram as urbanas, por conta do peso elevado. A maior autonomia é também do Virtus.
Cronos | City | Virtus | |
Aceleração | |||
0 a 100 km/h | 11,4 s | 11,3 s | 10,7 s |
0 a 120 km/h | 15,6 s | 15,4 s | 14,8 s |
0 a 400 m | 18,0 s | 18,0 s | 17,4 s |
Retomada | |||
60 a 100 km/h* | 6,2 s | 6,3 s | 6,1 s |
60 a 120 km/h* | 10,3 s | 10,6 s | 10,2 s |
80 a 120 km/h* | 7,7 s | 8,1 s | 7,3 s |
Consumo | |||
Trajeto leve em cidade | 12,1 km/l | 15,1 km/l | 15,1 km/l |
Trajeto exigente em cidade | 5,9 km/l | 8,3 km/l | 7,8 km/l |
Trajeto em rodovia | 12,8 km/l | 13,4 km/l | 15,4 km/l |
Autonomia | |||
Trajeto leve em cidade | 523 km | 625 km | 707 km |
Trajeto exigente em cidade | 255 km | 344 km | 365 km |
Trajeto em rodovia | 553 km | 555 km | 721 km |
Testes com gasolina; *com reduções automáticas; melhores resultados em negrito; conheça nossos métodos de medição |
Dados dos fabricantes
Cronos | City | Virtus | |
Velocidade máxima | 195/196 km/h | ND | 189/194 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 10,8/9,9 s | ND | 10,4/9,9 s |
Consumo em cidade | 10,3/7,2 km/l | 12,3/8,5 km/l | 11,2/7,8 km/l |
Consumo em rodovia | 13,3/9,6 km/l | 14,5/10,3 km/l | 14,6/10,2 km/l |
Gasolina/álcool; consumo conforme padrões do Inmetro; ND = não disponível |
Os três motores usam soluções atuais, com destaque para o do Virtus; o City diferencia-se na transmissão de variação contínua
Comentário técnico
• O motor mais moderno é o do Virtus, da série EA-211, com turbocompressor e injeção direta de combustível. Como o City, ele usa bloco de alumínio, mais leve e favorável à dissipação de calor que o ferro fundido do Cronos. Os três têm variação de tempo de abertura das válvulas, que no Honda vem associada à variação do levantamento das válvulas. O motor E-Torq do Fiat recebe ainda coletor de admissão com geometria variável. O acionamento dos comandos usa corrente no Cronos e no City e correia dentada no Virtus. No Cronos há parada/partida automática.
• A transmissão automática de variação contínua (CVT) do Honda tem um ponto em comum à automática tradicional dos outros: conversor de torque, que nesse caso responde apenas pela conexão ao motor, sem trabalhar nas “mudanças de marcha”. Algumas CVTs — como a do primeiro Honda Fit e a atual da JAC — usam para essa função uma embreagem, que sofre desgaste gradual quando o carro é acelerado ao sair ou para se manter parado em subida.
• Cronos e Virtus usam a mesma transmissão básica Aisin, com iguais relações de marcha, variando apenas a relação de diferencial e o diâmetro dos pneus. Ambos os itens deixam o VW cerca de 8% mais longo em todas as marchas, o que é coerente com a curva de torque dos motores. A 120 km/h em sexta, portanto, o Fiat gira 200 rpm a mais. Nas ocasiões em que usa a relação mais baixa (longa) da CVT, porém, o City mantém outras 200 rpm a menos que o Virtus.
• As plataformas são compartilhadas com os hatches Argo, Fit e Polo até certo ponto. A Honda e a VW usam maior distância entre eixos nos sedãs, enquanto a Fiat alega ter refeito a seção traseira. No City — como nos colegas de arquitetura, que incluem WR-V e HR-V — o tanque de combustível tem posição peculiar, abaixo dos bancos dianteiros, em vez de sob o assento traseiro como usual.
Ficha técnica
Cronos | City | Virtus | |
Motor | |||
Posição | transversal | transversal | transversal |
Cilindros | 4 em linha | 4 em linha | 3 em linha |
Material do bloco/cabeçote | ferro fundido/ alumínio | alumínio | alumínio |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote | duplo no cabeçote | duplo no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo | 4, variação de tempo e levantamento | 4, variação de tempo |
Diâmetro e curso | 80,5 x 85,8 mm | 73 x 89,4 mm | 74,5 x 76,4 mm |
Cilindrada | 1.747 cm³ | 1.496 cm³ | 999 cm³ |
Taxa de compressão | 12,5:1 | 10,4:1 | 10,5:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial | injeção multiponto sequencial | injeção direta, turbo, resfriador de ar |
Potência máxima (gas./álc.) | 135/139 cv a 5.750 rpm | 115/116 cv a 6.000 rpm | 116/128 cv a 5.500 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 18,8/19,3 m.kgf a 3.750 rpm | 15,3 m.kgf a 4.800 rpm | 20,4 m.kgf de 2.000 a 3.500 rpm |
Potência específica (gas./álc.) | 77,2/79,6 cv/l | 76,8/77,5 cv/l | 116,1/128,1 cv/l |
Transmissão | |||
Tipo de caixa e marchas | automática, 6 | automática de variação contínua, emulação de 7 marchas | automática, 6 |
Relação e velocidade por 1.000 rpm | |||
1ª. | 4,46 / 7 km/h | variação de 2,53 a 0,41/ variação de 9 a 56 km/h | 4,46 / 8 km/h |
2ª. | 2,51 / 13 km/h | 2,51 / 14 km/h | |
3ª. | 1,56 / 20 km/h | 1,56 / 22 km/h | |
4ª. | 1,14 / 28 km/h | 1,14 / 30 km/h | |
5ª. | 0,85 / 37 km/h | 0,85 / 40 km/h | |
6ª. | 0,67 / 47 km/h | 0,67 / 51 km/h | |
Relação de diferencial | 3,68 | 4,99 | 3,50 |
Regime a 120 km/h | 2.550 rpm (6ª.) | 2.150 rpm* | 2.350 rpm (6ª.) |
Regime à velocidade máxima informada (gas./álc.) | 5.250/5.300 rpm (5ª.) | ND | 4.700/4.800 rpm (5ª.) |
Tração | dianteira | dianteira | dianteira |
* na relação mais baixa | |||
Freios | |||
Dianteiros | a disco ventilado | a disco ventilado | a disco ventilado |
Traseiros | a tambor | a tambor | a disco |
Antitravamento (ABS) | sim | sim | sim |
Direção | |||
Sistema | pinhão e cremalheira | ||
Assistência | elétrica | elétrica | elétrica |
Diâmetro de giro | 10,5 m | 10,3 m | 10,5 m |
Suspensão | |||
Dianteira | independente, McPherson | independente, McPherson | independente, McPherson |
Traseira | eixo de torção | eixo de torção | eixo de torção |
Elemento elástico | mola helicoidal | mola helicoidal | mola helicoidal |
Estabilizador(es) | dianteiro | dianteiro | dianteiro |
Rodas | |||
Dimensões | 17 pol | 6 x 16 pol | 6,5 x 17 pol |
Pneus | 205/45 R 17 V | 185/55 R 16 V | 205/50 R 17 H |
Dimensões | |||
Comprimento | 4,364 m | 4,455 m | 4,482 m |
Largura | 1,726 m | 1,695 m | 1,751 m |
Altura | 1,516 m | 1,485 m | 1,472 m |
Entre-eixos | 2,521 m | 2,60 m | 2,651 m |
Bitola dianteira | 1,465 m | 1,482 m | 1,514 m |
Bitola traseira | 1,498 m | 1,472 m | 1,495 m |
Coeficiente aerodinâmico (Cx) | ND | ND | 0,326 |
Capacidades e peso | |||
Tanque de combustível | 48 l | 46 l | 52 l |
Compartimento de bagagem | 525 l | 536 l | 521 l |
Peso em ordem de marcha | 1.271 kg | 1.135 kg | 1.192 kg |
Peso-potência (gas./álc.) | 9,4/9,1 kg/cv | 9,9/9,8 kg/cv | 10,3/9,3 kg/cv |
Garantia | |||
Prazo | 3 anos sem limite de quilometragem | ||
Carros avaliados | |||
Ano-modelo | 2018 | 2018 | 2018 |
Pneus | Pirelli Cinturato P7 | Bridgestone Turanza ER300 | Dunlop Sport Blu Response |
Quilometragem inicial | 3.000 km | 5.000 km | 1.000 km |
Dados do fabricante; ND = não disponível |
Mesmo com grande volume de itens cobrados à parte, o Cronos fica em vantagem na relação entre preço e equipamentos, que deixa o City em último
Custo-benefício
Como ocorre com frequência, o menor preço inicial de um dos modelos — o Cronos, oferecido a R$ 70 mil — nem sempre é vantajoso, pois ele é o menos equipado dos três. Ter itens como bolsas infláveis laterais, câmera traseira de manobras e ar-condicionado automático, no Fiat, implicam adicionar opcionais que custam mais de R$ 10 mil, incluindo o pacote com bancos que simulam couro (o City vem com couro de série) e rodas de 17 pol (também presentes no Virtus).
Com o melhor conjunto, o Virtus justificou seu preço e obteve boa nota em relação custo-benefício; o Cronos se torna interessante por custar menos
Mesmo com todos os itens, o Cronos permanece o mais barato do grupo. O Virtus começa em R$ 80 mil, mas o testado recebeu todos os opcionais, menos bancos que simulam couro, com acréscimo de quase R$ 5 mil. Entre os itens estão instrumentos digitais, rodas de 17 pol, câmera traseira e navegador. Assim equipado ele supera o City (de R$ 83.400) para se tornar o mais caro dos três.
Conforme avaliados, há certo equilíbrio de conteúdo entre o Fiat e o VW, que trazem controle de estabilidade, faróis e limpador automáticos, retrovisor fotocrômico e chave presencial, ausentes do Honda; o segundo tem o quadro digital. O City é único a ter cortinas infláveis e faróis de leds. Portanto, a relação entre preço e equipamentos favorece o Cronos e deixa o City em última posição, mas como eles se saem nos demais quesitos?
Apesar de ser o mais caro como avaliado, o Virtus convence em custo-benefício por reunir mais atributos, seguido pelo Cronos, ajudado pelo menor preço
Como indicam as notas abaixo, em poucos aspectos um só modelo sobressaiu: apenas visibilidade e segurança passiva para o City e motor, desempenho, consumo, freios e suspensão para o Virtus (o Cronos não se isolou em primeiro lugar em nenhum item). Por outro lado, o Fiat foi o pior em consumo; o Honda, em posição de dirigir, instrumentos, itens de conveniência e estabilidade; e o VW, em acabamento.
Com o melhor conjunto, o Virtus justificou seu preço mais alto e obteve boa nota em relação custo-benefício. O Cronos se torna interessante por custar menos, mas o City — quase tão caro quanto o VW — precisaria de aprimoramentos para ser competitivo. Nada justifica, por exemplo, ter permanecido sem o controle de estabilidade que hoje vem de série no Fit mais barato.
Vale lembrar que, em toda comparação, não existe um carro superior em tudo: cabe ao consumidor escolher o melhor naqueles aspectos que lhe são prioritários. Assim, recomendamos o Virtus aos mais interessados em espaço, desempenho e economia, sendo o Cronos uma boa alternativa em termos de conforto, com a vantagem do acabamento superior. E o City, embora mais escasso em conveniência e sem o citado assistente eletrônico, supera o Fiat em consumo, é o melhor em segurança passiva e tão bom quanto os rivais em espaço no porta-malas.
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Nossas notas
Cronos | City | Virtus | |
Estilo | 4 | 4 | 4 |
Acabamento | 4 | 4 | 3 |
Posição de dirigir | 4 | 3 | 4 |
Instrumentos | 5 | 3 | 5 |
Itens de conveniência | 5 | 4 | 5 |
Espaço interno | 3 | 3 | 4 |
Porta-malas | 5 | 5 | 5 |
Motor | 4 | 4 | 5 |
Desempenho | 3 | 3 | 4 |
Consumo | 3 | 4 | 5 |
Transmissão | 4 | 4 | 4 |
Freios | 3 | 3 | 4 |
Direção | 4 | 4 | 4 |
Suspensão | 3 | 3 | 4 |
Estabilidade | 4 | 3 | 4 |
Visibilidade | 3 | 4 | 3 |
Segurança passiva | 4 | 5 | 4 |
Custo-benefício | 4 | 3 | 4 |
Média | 3,83 | 3,67 | 4,17 |
Posição | 2º. | 3º. | 1º. |
As notas vão de 1 a 5, sendo 5 a melhor; conheça nossa metodologia |
Teste do Leitor: opinião dos proprietários
Cronos | City | Virtus |
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